segunda-feira, 5 de julho de 2010



ADEUS À COPA DE 2010






As figas, patuás, mandingas, santinhos da torcida brasileira não foram
capazes de garantir o Brasil nas semifinais da Copa do Mundo, que teve uma participação marcada por um futebol engessado e pouco criativo, muito longe do futebol arte que sempre o caracterizou.

A atual Seleção Canarinho, apesar de reunir algumas estrelas que jogam na Europa, não chegou a encantar.


Aliás, não foi só ela, isso foi a regra geral em quase todas as Seleções desta Copa, também chamada de Copinha por alguns. Durante as partidas, o esquema tático das equipes pareceu ser o mesmo. Fechar todos os espaços no campo de jogo, em detrimento da habilidade, talento e criatividade dos jogadores.

O destaque mesmo ficou por conta das vuvuzelas e da jabulani.

Caso a origem do homem esteja de fato ligada ao Continente Africano, a vuvuzela deve ter sido o primeiro instrumento utilizado para atordoar os predadores, com a finalidade de deixá-los paralisados de susto, sonsos ou surdos. Seja como for, ela foi a onda do momento nos Estádios da África do Sul, soprada a plenos pulmões pela torcida sulafricana. Uma forma, quiçás, de fazer o mesmo que no passado, só que desta feita, com as Seleções adversárias. Entretanto, vuvuzelas em coro, não foram suficientes para garantir, ao menos, um time africano nas semifinais. Um a um foram ficando pelo caminho. O trunfo dos Bafana-Bafanas, os donos da casa, não foi capaz de superar a raça e garra da Celeste uruguaia, que se impôs também diante dos vudus e feiticeiros de Gana, última Seleção Africana a ser abatida.

Numa Copa do Mundo carente de gols, a jabulani foi a estrela. A maioria dos gols até, por justiça, deveriam ser atribuídos a ela, como o gol de Maicon pelo Brasil. A danada desnorteou goleiros, deixou muito atacante sem rumo e zagueiro perdido. Deslizou pelos gramados toda prosa e dona de si, saltitando pra todos os lados, desobedecendo a chutes mais fortes, pois essa é a bola que distingue quem a trata com carinho e desvia de direção, escarnecendo e debochando de todos, para tomar – voluntariosa - o rumo da rede, em efeitos especiais que sequer Steven Spielberg seria capaz de criar ou recriar.


A grande e grata surpresa das quartas de final foram as Seleções da América do Sul.


Pela primeira vez, nas dezenove Copas do Mundo realizadas, incluindo a atual, o chamado Terceiro Mundo se impôs sobre os selecionados da Europa, estabelecendo uma nova ordem no mundo da bola. E isso não foi pouco, não! Das trinta e duas Seleções, quatro eram da América do Sul (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai), três da Europa (Espanha, Alemanha, Holanda) e uma da África (Gana), o que quer dizer que dentre as oito melhores Seleções do Mundo, metade são do Continente Americano. Isso sem esquecer que, também passaram para as oitavas-de-final, representando as Américas, Paraguai, Chile, México e Estados Unidos. Marca histórica!


A grande personalidade desta Copa foi, sem dúvida alguma, o polêmico, desbocado, comunicativo, provocativo, divertido - Maradona

A presença marcante em todas as manchetes, entrevistas, rodas e holofotes, desde o início da Copa, foi a dele, sempre intempestivo e carismático. Não teve pra ningúem! Esbanjou simpatia e soube tratar a imprensa com respeito, fazendo a festa diante dos microfones. Lição a ser aprendida pelos Zangados sem causa. A desclassificação da Argentina deixou um vazio, a Copa se empobreceu, pela ausência desse figuraça. Não mais as entrevistas hilárias e descontraídas; não mais a alegria contagiante em campo diante do gol, em passos candenciados fazendo lembrar a Macarena; não mais as demonstrações de carinho para com os jogadores, na forma de abraços, beijos, afagos; não mais a intensidade e força de um líder!

Daqui ainda é possível ouvir os últimos acordes de um tango. A Argentina saiu goleada, é certo, mas foi guerreira, não se acovardou, partiu pro ataque, apesar da fragilidade do seu meio de campo e defesa. Insistiu até o último minuto, honrou a camisa! Não fez como uns e outros, que optaram por não arriscar e manter o time fechado, com medo de tomar mais um gol, quando ainda havia tempo para empatar ou reverter o placar. Vergonha!


A grande lição desta Copa é ter mostrado que os CABEÇAS DE BAGRE estão em extinção.

Quais os times que passaram para as semifinais? Espanha, Alemanha, Holanda e Uruguai. Não restou nenhuma retranca! Todos à sua maneira jogam pra frente, mostrando o talento e criatividade de seus jogadores. Esse é o futebol que emociona, que faz vibrar as vuvuzelas e soltar o grito na garganta.










Espanha
é a fúria, a força do conjunto, que enfrenta com vigor o adversário, mesmo que esteja em desvantagem, não é à toa que é considerada o BÚFALO da Copa. Alemanha, o ELEFANTE, o maior de todos, capaz de achatar quem vier pela frente, como fez com a Argentina, o RINOCERONTE, atarracado, gorducho e forte, dono de ataques certeiros e imprevisíveis, capaz de atropelar quem estiver no caminho, mas que não conseguiu evitar ser esmagado
pelas pesadas patas do adversário. A estonteante Holanda com seus quatro atacantes em velocidade, o LEOPARDO, mesmo não tendo o tamanho dos demais, sabe ser astuto e letal; num piscar de olhos, captura a presa e a devora, como fez com o Brasil, o LEÃO da Copa, rei do futebol. E a surpreendente Celeste, o Uruguai, a ZEBRA, aguerrida e tenaz.

Na peneira das semifinais desta Copa, ficou a força das Seleções que jogam bonito. Ainda bem! Não importa a equipe que venha a sagrar-se Campeã, com essas quatro equipes, o futebol é que sai consagrado!


No mais, há pouco a elogiar, é melhor que fique nas sombras mesmo.

Não houve jogadores de destaque, as grandes estrelas e promessas não brilharam; a violência em especial dos times africanos - como o que pôs Elano a nocaute - está longe de ser seguido; os erros de arbitragem de sempre: uso indevido de braços e mãos para ajeitar a bola, gol feito em impedimento, gol legítimo anulado, bola que ultrapassa a linha do gol o juiz não vê e nem o assistente, penâlti que não é dado, erros grotescos, que talvez tenham ficado em maior evidência por conta da tecnologia utilizada nas transmissões; além do destempero e grosseria dos técnicos.

Não bastasse o capítulo protagonizado pelo mal-humorado e arrogante Dunga, destratando com palavras de baixo calão um jornalista que estava trabalhando; o decaído e decadente técnico francês, Raymond Domenech, também não ficou atrás, recusando-se a estender a mão ao Carlos Alberto Parreira. Atitudes que causam malestar, que nada tem a ver com o espírito esportivo, e que não deveriam fazer parte do futebol.


O troféu VERGONHA ALHEIA fica para Ricardo Teixeira, presidente da CBF (com p minúsculo).

Na calada da noite, esse senhor, agora amigo de infância de Andrés Sanchez, presidente do Corinthians (com p minúsculo também), braço direito de Alberto Dualib (aquele que foi processado pela Justiça Federal por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha), e que mantinha negócios com o russo Boris Berezovsky (cuja prisão foi decretada e tinha como testa de ferro Kia Joorabchian), e, em tratativas com Marco Polo Del Nero, Presidente da Federação Paulista de Futebol, decidiram vetar, o projeto do Estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi, para receber partidas do Mundial da Copa de 2014. Dá pra entender?

Dá sim. O nome disso é boicote, em razão de interesses privados para a construção de uma nova arena, às custas do erário público. Simples assim.


Esses senhores tentam pressionar o Governo a colocar dinheiro, que é do povo, nas mãos da CBF para a construção de um Estádio em Pirituba, atendendo aos interesses de Empreiteiras que superfaturam e muito lucram. Um mega ralo gigante escoadouro do dinheiro público!


Espera-se lucidez do Prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab; o Governador de São Paulo, Alberto Goldman, já demonstrou que tem. O dinheiro dos impostos deve ser destinado à construção de casas populares, criação de vagas em escolas, melhorias dos postos de saúde e hospitais, remoção das pessoas de áreas de risco, segurança,....


São Paulo já tem os seus Estádios: Morumbi, Pacaembu, Parque Antártica, Canindé, Vila Belmiro, Arena Barueri, Parque São Jorge. Chega! Está de bom tamanho!

Gastar dos cofres públicos um bilhão de reais ou mais para construção de um Piritubão, a fim de atender aos interesses do Ricardo Teixeira, Andrés Sanchez e sabe-se lá quem mais, é um absurdo! Quantos jogos São Paulo poderá sediar durante a Copa? Seis, sete? Não. É preferível que a Copa aconteça sem São Paulo. Se o Prefeito resolver bancar essa insensatez, financiando os interesses desse grupo, corre o sério risco de ter que responder a uma Ação Popular por má versação do dinheiro público, podendo dar por encerrada sua carreira e pretensões políticas, pois não se elegerá mais, nem pra síndico de prédio.
O saldo positivo da desclassificação do Brasil da Copa.

O presidente (com p minúsculo) da CBF, Ricardo Teixeira, volta com o seu poder enfraquecido para fazer e desfazer. O Presidente da Fifa, Joseph Blatter, já sinalizou que não apoiará o presidente da CBF como seu sucessor, nas eleições de 2015, pós Copa no Brasil. Que assim seja! Amém!


Dunga deixa de ser o técnico da Seleção.Confirmado. Bom demais! Esperamos que o seu sucessor, seja um técnico que resgate o futebol arte, que forme uma Seleção com os melhores, que traga de volta aos gramados a alegria, talento e criatividade que, um dia, encantou o mundo e que, além disso, tenha boas maneiras e trate a imprensa e seus profissionais com o respeito que eles merecem, ou, que ao menos tenha um bom Assessor de Imprensa.

 


Shadow/Mariasun



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ADEUS À COPA DE 2010 by MARIASUN MONTAÑÉS is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Não a obras derivadas 3.0 Unported License.
COPA SOLIDÁRIA:


As chuvas que castigam a região Nordeste do Brasil provocaram
enchentes de proporções catastróficas. Os estados de Pernambuco e Alagoas foram os mais afetados e a região da divisa entre os Estados é a mais castigada. Em Pernambuco já são 24 mil desalojados e 17 mil desabrigados. Em Alagoas, são outros 47 mil desalojados e 26 mil desabrigados. Cidades inteiras ficaram submersas. Algumas delas foram praticamente varridas do mapa. Branquinha, em Alagoas, teve 90% de seus edifícios completamente destruídos.


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Bradesco
O banco Bradesco abriu duas contas para a Defesa Civil de cada Estado afetado.
Pernambuco- C/C 600.000-2 / Agência: 3201-8 (Recife-Centro)
Em nome da Defesa Civil de Pernambuco
Alagoas - C/C 10.000-5 / Agência: 389-1 (Maceió-Centro)
Em nome da Defesa Civil de SOS Nordeste
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Além das contas correntes disponibilizadas, outros donativos como alimentos não perecíveis, água, roupas, colchonetes, calçados, cobertores e produtos de higiene pessoal poderão ser feitos nos seguintes locais:
Grupo Pão de Açúcar
Todas as unidade do pão de Açúcar em São Paulo, e as unidades do Assai, Extra e Pão de Açúcar em Maceió, Recife e Fortaleza receberão as doações.
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São Paulo
Em frente ao Shopping Center 3, na Av. Paulista, 2064, quase esquina com a Rua Augusta, há um posto de doações para as vítimas das enchentes das 10 às 21h. O shopping fica próximo à Estação Consolação do Metrô.
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