
PARALIMPÍADAS, QUANDO O IMPOSSÍVEL É APENAS A PRÓXIMA ETAPA

“Daniel Dias bate recorde mundial na categoria 100m peito e conquista o terceiro ouro para o Brasil”.
Ele lhe traz lembranças de Rafaela, sua amiga de infância. A menina que aos dois anos de idade teve poliomielite e perdeu o movimento das pernas. Leninha talvez nunca tenha conseguido expressar o tanto de admiração que sentia por aquela sua companheirinha de aventuras.

Jamais esquecerá o dia em que Rafaela chorou. Era a formatura do Ensino Fundamental e todos preparavam uma apresentação de dança para os pais. Sem pensar, alguém comentou que ela não poderia participar por não poder dançar. Com os olhos ainda vermelhos, aproximou-se dos colegas e em tom grave disse que a dança não é apenas o movimento das pernas, é antes de tudo sentimento, e ela seria capaz de cantar, dançar, e até sapatear se quisesse. Era a mais pura verdade. No dia da apresentação, comovidos e extasiados, todos a viram deslizar pelo tablado em sua cadeira de rodas, com os braços em movimento parecendo asas e um sorriso vitorioso no rosto. Diáfana, uma luz parecia irradiar de seu corpo a cada evolução.

Hoje, diante da tela do computador, ela se detém no espetacular desempenho de Daniel Dias nas piscinas de Londres, e se pergunta:
O que move alguém a ultrapassar os próprios limites?

Persistir sempre, esse é o segredo, conclui.


O segredo está no entusiasmo que vem do espírito. Algo que os gregos já conheciam e chamavam de "sopro divino". No popular: ter paixão por aquilo que se faz.
O mesmo entusiasmo e paixão que os nossos atletas paralímpicos levaram na bagagem para Londres. Sem esquecer que o atleta com qualquer deficiência antes de competir a nível nacional ou internacional, teve que competir com ele mesmo, vencendo as barreiras da descrença, do preconceito e do coitadismo.


As primeiras modalidades competitivas para deficientes físicos surgiram nos Estados Unidos e na Inglaterra, na forma de esporte adaptado, após a Segunda Guerra Mundial, para soldados com mutilações.
Hoje, os Jogos Paralímpicos nos causam emoção e admiração ao vermos o extraordinário desempenho de atletas em cadeiras de roda jogando basquete, cegos correndo atrás de uma bola com guizo no futebol, ou, sem pernas e braços competindo na natação ou no atletismo.

A meta da delegação brasileira é a de ficar entre os sete melhores países no quadro de medalhas. A marca está sendo atingida. Até o momento o Brasil conquistou um total de 20 medalhas, sendo 10 de ouro, 7 de prata e 3 de bronze, o que lhe garante um honroso sétimo lugar no ranking.
O IMPOSSÍVEL só existiu até o dia em que inventaram a SUPERAÇÃO
Shadow/Mariasun Montañés
O trabalho PARALIMPÍADAS, QUANDO O IMPOSSÍVEL É APENAS A PRÓXIMA ETAPA de MARIASUN MONTAÑÉS foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
O Brasil encerrou os Jogos Paralímpicos de Londres na sétima posição do quadro geral de medalhas, com um total de 43 medalhas, sendo 21 de ouro, 14 de prata e 8 de bronze, sua melhor colocação na história. Subiu duas posições em relação aos jogos paralímpicos de Pequim.
Daniel Dias foi um dos grandes responsáveis pelo bom desempenho brasileiro, conquistando a primeira colocação em todas as provas de que participou. Foram seis ouros em seis competições, fazendo a impressionante marca de 15 (quinze) medalhas em duas Paralimpíadas disputadas.
Daniel Dias foi um dos grandes responsáveis pelo bom desempenho brasileiro, conquistando a primeira colocação em todas as provas de que participou. Foram seis ouros em seis competições, fazendo a impressionante marca de 15 (quinze) medalhas em duas Paralimpíadas disputadas.
A meta foi atingida. Que venha 2016!!!