domingo, 7 de agosto de 2016




RIO 2016, A OLIMPÍADA DA CRISE




Na noite da última sexta-feira durante a Abertura da Olimpíada Rio 2016 no Estádio do Maracanã, a primeira edição do evento realizada na América do Sul, o Brasil mostrou ao mundo o significado do termo brasilidade e o tamanho que este país poderia ter.

Foi uma festa linda do começo ao fim num cenário de cores e alegria que só os brasileiros sabem matizar, ao ritmo da boa música brasileira. Sobrou empolgação, emoção, grandiosidade, beleza, apesar do corte de custos pela malversação do orçamento e do dinheiro destinado aos Jogos.

Houve dois momentos especiais que permanecerão para sempre na memória de muitos: o Hino Nacional cantado com primor por Paulinho da Viola e a espontaneidade do público presente no Estádio ao cantar à capela “País Tropical” de Jorge Bem Jor. De arrepiar!!!

As fantasias, alegorias, cenários, não eram tão luxuosos ou imponentes como os de outras cerimônias de abertura, mas a energia, ah... a energia que pairava no ar, essa não teve pra ninguém. Foi hors concours!!! 

Por algumas horas os brasileiros puderam sonhar e se esquecer das mazelas do dia-a-dia, dos políticos que assaltaram o país, do impeachment, dos impostos a pagar, da conta das obras superfaturas para a realização da Olimpíada,... do amanhã...

Nos últimos tempos o povo não escondeu seu descontentamento, descaso, revolta e, até, ira com a realização dos Jogos Olímpicos no Brasil. Quem padeceu com isso foi a tocha olímpica, que - em sinal de reprovação e repulsa - por onde passava sofreu várias tentativas de ter sua chama apagada, intento alcançado em algumas oportunidades. No entanto, nada pode apagar o espírito olímpico.

O fato é que não adianta culpar a Olimpíada nem a tocha pela insatisfação nossa de cada dia. Infelizmente, os Jogos foram contaminados e afetados pela política e pela economia desastrosa do governo do PT.

Sabemos que quando em 2009 o Rio de Janeiro venceu a disputa para realização da Olimpíada e o então presidente Luís Inácio Lula da Silva chorou em Copenhague, suas lágrimas estavam longe de representar o amor ao espírito olímpico, mas sua ânsia desmedida de poder e a visão dos ganhos que ele (Lula) e as empreiteiras “amigas” iriam auferir com obras superfaturadas pagas com o suor do povo brasileiro para a realização dos Jogos.

A triste realidade dos cariocas que hoje sofrem com um precário sistema de saúde e sérios problemas de segurança, nada tem a ver com o evento, mas com a má gestão pública de sua cidade.

Diante do caos de um país desgovernado, aniquilado economicamente por um partido político e de uma presidente incompetente à beira do impeachment, a abertura da Olimpíada não deixou de ser um bálsamo, provou que com criatividade e garra somos capazes de renascer das cinzas, de realizar grandes feitos e eventos, e, de atingir o mesmo patamar do que se faz em tecnologia de ponta mundo afora.

Foi mágico ver elásticos iluminados irem ganhando diferentes formas, a conquista das terras brasileiras representada por um estonteante jogo de luzes, as acrobacias e o movimento das caravelas, o surgimento das cidades em projeções 3D, o voo do 14-Bis sobre o Estádio do Maracanã, a cultura do morro expressa numa linguagem pop, a passarela com traços de Oscar Niemeyer para uma glamourosa Gisele Bündchen passar ao som de “Garota de Ipanema”, de Tom Jobim, cantada pelo filho do compositor, Paulo Jobim. Espetáculo grandioso, inesquecível e encantador.

Não fosse a corrupção e a roubalheira que Luis Inácio Lula da Silva implantou e que Dilma Rousseff consentiu, hoje os brasileiros estariam muito mais receptivos à Olimpíada, colorindo as ruas de verde-amarelo, e, certamente, cheios de orgulho por ver o seu país sediando o mais importante evento esportivo do planeta.

Não fossem os Jogos Olímpicos estaríamos afundados na desesperança e na expectativa do afastamento definitivo pelo Senado da pior presidente que este país já teve. Com eles (os Jogos) pudemos encontrar um refresco e motivo para comemorar junto com nossos atletas, que se prepararam e se dedicaram até à exaustão para defender as cores do nosso país.

O momento é de celebração. Até mesmo porque o Lula, que pretendia fazer da Olimpíada um grande evento político, sequer chegou perto da Tribuna de Honra, amoitado que está ante um eminente mandado de prisão por haver capitaneado o maior esquema de corrupção do mundo contemporâneo. 

Não deixemos, portanto, que os maus políticos nos tirem também a capacidade de festejar, de torcer, de gritar, de comemorar, de chorar junto com nossos atletas. É impossível desgrudar os olhos da TV a cada braçada na piscina, a cada saque nas quadras, a cada performance nos aparelhos da ginástica olímpica, a cada ponto conquistado. Vibremos, pois, com Artur Zanetti, Felipe Wu, Yane Marques, Larissa e Talita, Flávia Saraiva, Robert Sheidt e tantos... tantos outros... apesar do amanhã.

Sejamos como o sol onde arde a chama olímpica. Que ele simbolize a força e o poder de um povo, a esperança na ressurreição e no nascer de um novo ciclo, de um novo dia, e, que o Rio de Janeiro abrace a causa da sustentabilidade passada na abertura dos Jogos, investindo na despoluição da sua Baía da Guanabara.

Aproveitemos os Jogos, que eles sejam para cada um de nós exemplo de superação, de persistência e de esperança em dias melhores. Sejamos todos medalhistas na arte de acolher os estrangeiros que aqui estão e de aproveitar a festa em verde e amarelo com alegria, no compasso deste lindo país tropical.

E que o Cristo Redentor lá do alto do Corcovado abençoe o Brasil e a Olimpíada.

Bons Jogos, boa torcida e diversão!!!



Em todo atleta existe um guerreiro, 
que isso seja a nossa inspiração e caminho para a superação.


SHADOW/MARIASUN MONTAÑÉS



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