sexta-feira, 31 de outubro de 2014




DUPLA IDENTIDADE – EPISÓDIO 5    




    
Quando você olha demais pra dentro de um abismo, esse abismo acaba olhando pra você. (Nietzsche)

Dupla Identidade é assim. Quem acompanha a narrativa, sente estar gradativamente olhando para esse abismo. Aliás, o olhar de Edu (Bruno Gagliasso) é a imagem do abismo que chama, transpassando a tela com sua intensidade e frieza. Um olhar perturbador, a expressão do mal em estado bruto.

Olhem pra mim porque vai acontecer de novo”... a mensagem sombria por trás de um par de olhos azuis sedutores.

Vaidoso, charmoso, arrojado, Edu brinca com o perigo e com a polícia: mais arrisca quanto mais seguro se sente.

Neste episódio, faz outra vítima. Leva para sua casa a moça que sequestrou no final do último capítulo e, numa cena tensa e sádica, com música clássica tocando ao fundo, faz o seu ritual de tortura. Ocorre que, como nada é perfeito na vida, nem na dos serial killers (ainda bem), ele tem uma vizinha que pode vir a lhe causar problemas. Uma senhorinha idosa, intrometida e bisbilhoteira, que já bateu duas vezes em sua porta. Uma espécie de Miss Marple da Agatha Christie. Daquelas que ficam com o ouvido em pé atrás da porta e costumam ter como hobby espionar a vida alheia.

Desta vez, a simpática senhora queria saber por que a música estava tão alta: - Você está dando uma festa?, perguntou sem muita cerimônia, enquanto que com um olhar de soslaio tentava ver o que se passava no apartamento. Nitidamente contrariado (e já com vontade de esganá-la), ele sugeriu que colocasse “algodãozinho no ouvido, rssss.... Tadinha! Qualquer hora dessas....

E pra piorar, num vacilo, sabe-se lá se por desatenção ou descuido, a vítima conseguiu se desvencilhar das amarras e escapar, mesmo dopada e aos tropeços, alcançando a rua. Ufa! E agora? Escapou? Não, não é bem assim. Logo Edu se deu conta da fuga, e ligeiro como um lince atrás de sua presa a alcançou. Agarra daqui, empurra dali, providencialmente, uma viatura policial se aproximou... Tenso! Um dos policiais acena com duas possibilidades: o casal prefere resolver isso aqui ou na delegacia? Uhauhau... o patrulhamento nas ruas no Rio de Janeiro deve ser mesmo ostensivo. Com a frieza de um iceberg, Edu agarrou o pescoço da moça com uma das mãos e a silenciou. Vendo que ela havia se acalmado, a viatura vai embora. Como assim vai embora?  É vai embora, devia ser hora da mudança de turno, sei lá; o certo é que a sorte parece sempre conspirar a favor desse psicopata.

O poder que ele exerce sobre Ray (Débora Falabella), a namorada, também não é nada desprezível. Essa, aliás, é da pá virada. Totalmente surtada, tentou o suicídio ingerindo um vidro de comprimidos. Vê se pode? Só conseguiu se salvar graças à presença de espírito da filhinha, que ao ver que a mãe não acordava, totalmente assustada, foi pedir ajuda. Que dó! (da menininha)

Lá pelas tantas, ele apareceu na casa da Ray, sem desconfiar que ela é tão ensandecida quanto ele, e ao chegar, se apresentou à filha dela: - Então você é a Larissa? Vem cá com o tio (de dar arrepios). Brincou com a pequenina de cama de gato (mãos que tecem teias), simbólico por sinal. Quando Ray chegou, esperava-se que depois de tudo, ela o colocasse porta afora a pontapés. Mas, como a moça é totalmente bipolar, sugestionável e manipulável, depois de desabafar que ele não atendeu o celular, que ela quase morreu, que não é uma mulher disponível, coisa e tals, poucas horas após quase ter se matado, voltou a cair nos braços do Edu, dando um looping no seu estado de humor, e, levando o pessoal do sofá a se sentir numa montanha-russa de sentimentos. Para isso, bastou o Edu dizer que havia esquecido o celular no carro do senador. Vê só! E o dissimulado ainda afirmou que a vida dele passou a ter outro sentido, depois que a conheceu. Como se tivesse algum sentimento verdadeiro por ela! Afff... Portanto, cuidado com essas falas melosas, doces e desculpas fáceis, por trás delas pode haver alguém querendo te cegar e distorcer tua mente.

Fica claro neste episódio, que o Edu não apenas se alimenta e sente prazer pelo poder que exerce sobre suas vítimas e a namorada, como, diante de qualquer situação de dominação e controle. Na verdade, sua sede desmedida de poder é o que permeia a trama.

Isso é patente quando sem o menor escrúpulo ou culpa, sabota deliberadamente a campanha de seu “padrinho”, o senador Oto, divulgando documentos comprometedores referentes à corrupção em uma petroquímica. Qualquer semelhança com a realidade será mera coincidência? 

Enfim, nada confiável esse Edu. Escrúpulos e lealdade zero. Sua ânsia de poder não tem limites, sendo capaz de incriminar e eliminar quem estiver em seu caminho, como fez com o chefe de gabinete do tal senador. Também quem mandou o tal do Ivan confrontá-lo no terraço do edifício? Esse pediu pra voar, digo, morrer. E como o que está ruim sempre pode piorar, o político, envaidecido pela dedicação do Edu, ainda declarou: - Conheço um campeão a quilômetros de distancia. Vai ser o meu suplente. Cofcofcof... Vai ser é a sua queda e ruína, isso sim. Mas quem se importa? Um a menos pra nos envergonhar em Brasília.

Vera (Luana Piovani), a psicóloga forense, o fascina. Quando não está estrangulando mulheres, fica revendo a entrevista que esta deu à televisão: - O serial killer mata por matar, isso é o aterrorizante... Edu parece deliciar-se ao ouvi-la, é como se ela falasse com ele. Sente-se atraído, muito provavelmente pelo desafio de medir forças com a especialista em perfis como os dele. O poder de novo!

No mesmo instante, Vera está num barzinho em busca de companhia. Há um vazio dentro dela, seu ponto fraco, que não deverá passar despercebido à sua caça. Ou será ela a caça?

Na delegacia Edu parece disposto a rodeá-la e começa a fazer o cerco: - Pensei em você... na assinatura do serial killer... a fantasia, o critério de escolha dele parece ser de mulheres vulneráveis, talvez com baixa autoestima, é como se as vítimas quisessem ser atacadas. ... E se ele mudar o padrão? (sua fala causa calafrios a quem assiste). Vera é categórica: - Ele prefere pessoas fortes, porque isso o desafia. Se mudar o padrão, complica, porque o mal não tem cara (na mosca!).

Vera demonstra toda sua perspicácia, ao concluir que o assassino se vale de artifícios para aproximar-se das vítimas. Logo associa o pedaço de gesso encontrado em uma das cenas, à simulação de ter um braço quebrado. De fato, ela está cada vez mais próxima da beira do abismo...

Para ele nada é mais excitante que o poder...




                                 Olhem pra mim porque vai acontecer de novo...


Shadow/Mariasun Montañés
 

Licença Creative CommonsO trabalho DUPLA IDENTIDADE - EPISÓDIO 5 de MARIASUN MONTAÑÉS está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.



 

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

 
CAMPANHA DO ÓDIO, DA VIOLÊNCIA E DA MENTIRA OBTÉM A MAIORIA DAS URNAS: DILMA SE REELEGE COM QUASE 52% DOS VOTOS. À SUA FRENTE, UMA ECONOMIA ESTAGNADA E O FANTASMA DO IMPEACHMENT. PODE CONTAR COM A GENTE (RE)GOVERNANTA: PARA VIGIÁ-LA



Dilma Rousseff, do PT, que vai fazer 67 anos no dia 14 de dezembro próximo, reelegeu-se presidente da República. Com a apuração concluída, ela conquistou 51,64% dos votos, contra 48,36% de seu oponente, Aécio Neves, do PSDB. Em números absolutos: 54.501.118 contra 51.041.155, uma diferença de 3.459.963. Dilma conquista o segundo mandato de forma legítima, segundo as regras do jogo, mas é importante destacar um aspecto importante. O eleitorado brasileiro é composto, neste 2014, de 142.821.348 pessoas. Logo, ela foi eleita por apenas 38% dos eleitores. Votaram em branco 1.921.819 pessoas (1,71%), e preferiram anular outros 5.219.787 (4,63%). Ocorre que um contingente gigantesco de 30.137.479 (21,1% do total) preferiram não comparecer às urnas. Vale dizer: 37.279.085 pessoas - quase a população da Argentina - preferiu não votar em ninguém. Estamos falando de mais de um quarto do eleitorado: 27,44%. E assim é com o absurdo instituto do voto obrigatório. Um presidente é ungido, note-se, com o voto da minoria do eleitorado. Parece-me que um dos deveres de Dilma é tentar atrair a adesão daqueles que preferiram outro caminho. E é nesse ponto que as coisas podem se complicar para ela.

Vamos ser claros? O PT não se caracteriza exatamente por fazer campanhas limpas. Gosta de dossiês e de montar bunkers para destruir reputações; adere com impressionante presteza às práticas mais odientas da política; transforma adversários em inimigos; não distingue a divergência legítima da sabotagem e o oponente de um alvo a ser destruído; julga-se dotado de um exclusivismo moral que lhe confere o suposto direito de enlamear a vida das pessoas. Não foi diferente desta vez. Ou foi: a violência retórica e as agressões assumiram proporções inéditas. Nunca se viram tanta baixaria, tanta sordidez e tanta mentira numa campanha. 

 Vejam de novo o placar: Dilma venceu Aécio por uma pequena diferença. Quantos desses votos são a expressão do terror, do medo, do clientelismo mais nefasto? Não! Não se trata, é evidente, de tachar os eleitores de Dilma de “desinformados” - até porque, felizmente, a democracia ainda não inventou um mecanismo que distinga os “bons” dos “maus” votos. Mas é preciso ser um pilantra para ignorar que pessoas economicamente vulneráveis, que estão à mercê do Bolsa Família, acabam decidindo não exatamente com menos informação, mas com menos liberdade.

Multiplicaram-se aos milhares as denúncias de chantagens aplicadas contra as pessoas que recebem benefícios sociais do Estado brasileiro. Cadastrados do Bolsa Família e do Minha Casa Minha Vida passaram a receber torpedos e a ser bombardeados com panfletos afirmando que Aécio extinguiria os programas, como se estes pertencessem ao PT, não ao Brasil. De própria voz, Dilma chamou os tucanos de inimigos do salário mínimo — que teve ganho real acima de 85% no governo FHC, superior, proporcionalmente, aos reajustes concedidos pela própria presidente reeleita. E daí? As mentiras sobre o passado foram constrangedoras: FHC teria entregado o país com uma inflação maior do que a que recebeu; tucanos teriam proibido a construção de escolas técnicas; o governo peessedebista teria sido socialmente perverso… E vai por aí. Sobre o futuro do Brasil, não disse uma miserável palavra a não ser um daqueles miraculosos programas - agora é a vez do “Mais Especialidades”

Quantos dos 3.459.963 votos que Dilma obteve a mais do que Aécio se consolidaram justamente no terror? Ora, esbarrei em São Paulo com peças verdadeiramente sórdidas de agressão à honra pessoal do tucano. Estatais foram usadas de maneira vergonhosa na eleição, como se viu no caso dos Correios. Em unidades de bancos público, como CEF e BB, houve farta distribuição de panfletos contra o candidato do PSDB.

É claro que o medo, ainda que por margem estreita, venceu a esperança. Dilma assumirá o novo mandato, no dia 1º de janeiro, com boa parte dos brasileiros sentindo um certo fastio de seu governo. Pior: o país parou de crescer, os juros estão nas nuvens, e a inflação, raspando o teto da meta. Dilma também não tem folga fiscal para prebendas, e o cenário internacional não é dos mais hospitaleiros. Não será fácil atrair aqueles que a rejeitaram porque vão lhe faltar os instrumentos de convencimento.

Petrolão
Mais: Dilma já assumirá o novo mandato nas cordas. Além de todas as dificuldades com as quais terá de lidar, há o estupefaciente escândalo do Petrolão. A ser verdade o que disse sobre ela o doleiro Alberto Youssef, não vai terminar o mandato; será impichada - e por boas razões.

O escândalo não vai se desgrudar dela com tanta facilidade. Youssef pode estar mentindo? Até pode. Mas ele deve conhecer as consequências de fazê-lo num processo de delação premiada. Ele pode não servir para professor de Educação Moral e Cívica, mas burro não é. E que se note: em meio a crises distintas e combinadas, a governanta promete engatar uma reforma política, com apelo a plebiscito. Vêm tempos turbulentos por aí, podem esperar.

Dilma venceu por um triz porque o terrorismo funcionou. Sua campanha foi bem além do limite do razoável. Seu governo já nasce velho, com parcela considerável do eleitorado a lhe devotar franca hostilidade. E, por óbvio, seus “camaradas” à esquerda não vão lhe dar folga. A petista assumirá o novo mandato no dia 1º de janeiro tendo à frente o fantasma do impeachment e a realidade de uma economia estagnada.

O Brasil vai acabar? Não! Países não acabam. Eles podem entrar em declínio permanente. Mas Dilma pode ficar tranquila: nós nos encarregaremos de lembrar que ela foi eleita para governar um país segundo regras que estão firmadas pelo Estado de Direito. Ela pode contar com a nossa vigilância. Agora, mais do que nunca.

 Reinaldo Azevedo


 
Sonhar
Mais um sonho impossível
Lutar
Quando é fácil ceder
Vencer
O inimigo invencível...

Shadow/Mariasun
 

sábado, 25 de outubro de 2014




O ÚLTIMO DEBATE PELA DISPUTA PRESIDENCIAL DE 2014 NO BRASIL




Ontem à noite deu-se mais um debate, o último, entre os presidenciáveis, encerrando uma campanha eleitoral baixa, rasteira, apelativa, sórdida, movida por mentiras, ataques infundados aos adversários e pelo ódio fomentado entre regiões, promovida pelo PT, sob a batuta de João Santana, o marqueteiro "pau pra toda obra" e pro trabalho sujo. 

Do início ao fim foi uma disputa imprevisível, permeada por escândalos, morte de um dos candidatos em trágico acidente, ascensão vertiginosa de outra candidatura, sua impiedosa desconstrução... E em meio a isso, uma única constante: O desejo de mudança e o desencanto de parte significativa dos eleitores com o partido que é Governo há doze anos, responsável pelos maiores escândalos de corrupção jamais vistos no país, o Mensalão e o chamado Petrolão.

Se as mentiras e o Bolsa Família foram suficientes para colocar Dilma Rousseff no segundo turno; o desejo de resgatar o país da corrupção, da impunidade, da malversação do dinheiro público, de alianças espúrias com países vizinhos também corruptos, é o que bastou para levar Aécio Neves também ao segundo turno, este, com uma força de partidos coligados em defesa da Democracia, transformando o PSDB com seus aliados, em um único partido: o Partido da Mudança Nacional, a esperança para quase 143 milhões de brasileiros.

E como não poderia deixar de ser, nessa montanha-russa de emoções, ontem chegou às bancas a Revista VEJA, e a matéria bomba estampando na capa Lula e Dilma com a frase: ELES SABIAM DE TUDO!, referindo-se ao recente depoimento do doleiro Alberto Youssef, na 13ª. Vara Federal de Curitiba, a cargo do íntegro juiz Sérgio Moro. Aliás, nada que a gente já não soubesse; o que faltou a uns e outros foi coragem para contar antes o que acontecia nos bastidores do poder. Não é mesmo Marcos Valério? Valeu a pena calar-se? Você perdeu a liberdade, enquanto o Dirceu, Genuíno circulam por aí, e o Lula sobe em palanques Brasil afora ao lado de Dilma. Devo reconhecer que o Paulo Roberto Costa e o Youssef foram mais espertos.

Não é à toa que o Aécio iniciou o debate com uma pergunta simples e direta à Dilma: A senhora sabia das denúncias da roubalheira da Petrobras, conforme revelou a VEJA? A resposta a condenou. Ao invés de defender-se até para explicar o quanto sabia ou não sabia do que acontecia embaixo do seu nariz, optou por atacar a revista. Isso mesmo. Ao invés de atacar o fato (o depoimento do doleiro), atacou a revista. É o mesmo que culpar o mensageiro pela mensagem. Em outras palavras, para os mais atentos, ficou no ar que ela tem culpa no cartório. Antes preferiu calar e desviar do assunto, a cair em contradição.

A confirmação disso não tardou. Ao ser novamente questionada pelo adversário: A senhora considera a condenação e punição do José Dirceu justa, ou, ele é um herói nacional?, ao que ela respondeu com bugalhos, desenterrando o mensalão mineiro. Uai??? Até onde se saiba, não há processo nem condenação nesse caso. Além do mais, o PT foi governo por doze anos, se houvesse alguma irregularidade, teve o queijo mineiro e a faca na mão para investigar, não é mesmo? De modo que, mais uma vez, não respondeu ao que lhe foi perguntado; antes, por meio do seu silêncio, mostrou ser conivente com o Mensalão do PT, que condenou com provas robustas os companheiros de roubalheira, digo, de partido.

O momento que deu vontade de aplaudir, foi quando o Aécio quis saber por que o governo não divulga os gastos com o Porto de Mariel, em Cuba, construído com o dinheiro do povo brasileiro?; além de questionar, por que o prazo do financiamento para Cuba foi de 25 anos e não de 12 anos, como é a regra?, e, por que as garantias foram dadas em pesos cubanos e não em dólar ou em euros, como manda a lei? Dilma desconversou mais uma vez. Por que não enfrentar a pergunta de frente candidata? Esqueceu que a gente tá vendo e é capaz de pensar por si? A única coisa que deu pra entender do que ela tentou explicar é que a construção do porto em Cuba gera empregos no Brasil. Oiiiii? Teria gerado empregos no Brasil se o dinheiro tivesse sido aplicado na modernização dos portos brasileiros, não é mesmo?

Daí veio a pergunta que o empresário, trabalhador, dona de casa, tanto queriam ouvir: O que a senhora pretende fazer para controlar a inflação? Mais uma vez, ela não respondeu, preferiu deixar quem assistia ao debate no vácuo e acusar os tucanos de terem quebrado a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Banco do Brasil (BB) em mil novecentos e nada; ou seja, não tem um plano de combate, não pretende controlar a inflação, ao menos foi o que o pessoal do sofá acabou concluindo.

Aécio então pontuou que o governo deve R$ 10 bilhões à Caixa Econômica Federal (CEF) e R$ 8 bilhões ao Banco do Brasil (BB). Senti arrepios só de pensar nesses números! Também, né?, é sabido que para custear o programa do Bolsa Família tirou-se dinheiro da CEF e não se repôs, diga-se, dinheiro do Fundo de Garantia dos Trabalhadores;  
e quanto ao BB, depois que a gente ficou sabendo, que o banco emprestou R$ 2,7 milhões para Val Marchiori (quem????) a partir de uma linha subsidiada pelo BNDES, contrariando as normas internas dos dois bancos: por ela ter crédito restrito ao não possuir capacidade financeira (a renda apresentada corresponde à pensão dos dois filhos menores, parece piada mas não é, ela apresentou como renda uma pensão que não é dela!?! Toimm!!!!), e, não ter pago um empréstimo anterior feito por ela junto ao BB, ora, com essa falta de critério em conceder empréstimos, não é de se admirar que o caixa do BB esteja carcomido! Nesse instante, o pequeno empresário deve ter pensando nas dificuldades que tem para conseguir um mísero empréstimo para investir no seu negócio ou microempresa, uma humilhante “via crucis” e peregrinação por assim dizer. É o PT e os bancos públicos cuidando dos mais necessitados... Olha não sou a Val Marchiori, aliás, nem sei quem é essa pessoa, mas também quero na segunda-feira um empréstimo subsidiado com as mesmas vantagens dadas a ela para o meu pequeno negócio. Ah, e prometo pagar, viu! Sou boa pagadora!

E o BNDES é outro que deve ter um rombo fenomenal por conta dos empréstimos obscuros feitos a Cuba, Venezuela, Bolívia, Nicarágua, Equador... a fina flor das Américas. Sabe quando vai receber? No dia de São Nunca. Isso sem se falar dos modestos empréstimos feitos a Eike Batista, algo pra lá de 6 bilhões de reais para suas "produtivas e rentáveis" empresas. Quando é que o BNDES vai receber o dinheiro público que emprestou a esse senhor falido? Esse é o verdadeiro X da questão. Diga-se, empresário ao qual Dilma Rousseff se rasgou em elogios, dizendo que era um exemplo a ser seguido. Deus nos livre e guarde de exemplos como esse!!! 

No mais, o debate girou em torno dos mesmos assuntos, as mesmas falas, falácias e mentiras: PRONATEC, "Minha Casa Minha Vida", falta de água e a omissão da ANA (Agência Nacional de Águas) - aparelhada pelo PT – em colaborar com o governo do Estado de São Paulo... Quatro blocos, dois deles com perguntas de eleitores indecisos selecionados pelo Ibope; estes trouxeram questões sobre a corrupção, educação, habitação, fator previdenciário (que deixou Dilma na lona), saneamento básico, violência, desemprego, tráfico e consumo de drogas. Creio que as perguntas tenham refletido a preocupação da maioria dos brasileiros. Em todos os blocos, só deu Aécio, com suas respostas claras, propostas e metas para o presente e o futuro, em contraste com uma Dilma, esquiva, vacilante e titubeante. Pode-se dizer que foi o melhor desempenho de Aécio dentre todos os debates realizados, e o pior de Dilma. 

Ao encerrar, a candidata disse querer um Brasil de amor e solidariedade. Só que depois da campanha de ódio fomentada nos últimos meses por ela e o companheiro Lula, alimentando o conflito entre regiões e a perversa e antiética desconstrução dos adversários, fica difícil acreditar na “Dilminha paz e amor”, suas palavras soaram mais falso que nota de três reais; ou seja, até nos agradecimentos finais não convenceu.

Por outro lado, Aécio finalizou afirmando chegar ao fim da campanha de pé, honrado. Verdade, ele pode dizer isso de cabeça erguida. Reiterou não ser o candidato de um partido, mas da mudança. Acenou com a esperança, anunciando que algo novo está em curso e que há no ar uma confiança nova. Amém, que assim seja, tudo o que o pessoal do sofá esperava ouvir. Lembrou que há 30 anos, fez essa mesma caminhada com seu avô, Tancredo Neves. Às vezes me pergunto qual seria nossa realidade hoje se ele tivesse assumido a Presidência, ao invés do Sarney. Por fim, se comprometeu a subir a rampa do Palácio do Planalto com a mesma coragem e determinação com que Tancredo reconduziu o país à Democracia. E arrematou dizendo que lutou o bom combate e jamais perdeu a sua fé. Recado mais que direto àqueles que colorindo as ruas de verde-amarelo de norte a sul do país, em junho do ano passado, lutaram por mudanças, sem perder a fé em dias melhores. 
  
Que Deus olhe por nós neste domingo!!!



"Eu vou dizer olhando nos seus olhos. Existe uma medida que está acima de todas as outras e não depende do Congresso para acabarmos com a corrupção no Brasil: é tirar o PT do governo". (Aécio Neves)


Shadow/Mariasun


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