O ÚLTIMO DEBATE PELA DISPUTA PRESIDENCIAL DE 2014 NO BRASIL
Ontem à noite deu-se mais um debate, o último, entre os presidenciáveis,
encerrando uma
campanha eleitoral baixa, rasteira, apelativa, sórdida, movida por mentiras,
ataques infundados aos adversários e pelo ódio fomentado entre regiões, promovida pelo PT, sob a batuta de João
Santana, o marqueteiro "pau pra toda obra" e pro trabalho sujo.
Do início ao fim foi uma disputa imprevisível, permeada por escândalos, morte de um dos
candidatos em trágico acidente, ascensão vertiginosa de outra candidatura, sua impiedosa
desconstrução... E
em meio a isso, uma única constante: O desejo de mudança e o desencanto de parte significativa dos eleitores com o partido que é
Governo há doze anos, responsável
pelos maiores escândalos de corrupção jamais vistos no país, o Mensalão e o chamado Petrolão.
Se as mentiras e o Bolsa Família foram suficientes para colocar Dilma
Rousseff no segundo turno; o
desejo de resgatar o país da corrupção, da impunidade, da malversação do
dinheiro público, de alianças espúrias com países vizinhos também corruptos, é
o que bastou para levar Aécio Neves também ao segundo turno, este, com uma força de partidos
coligados em defesa da Democracia, transformando o PSDB com seus aliados, em um
único partido: o
Partido da Mudança Nacional, a esperança para quase 143 milhões de brasileiros.
E como não poderia deixar de ser, nessa montanha-russa de emoções, ontem
chegou às bancas a Revista VEJA, e a matéria bomba estampando na capa Lula
e Dilma com a frase: ELES
SABIAM DE TUDO!, referindo-se
ao recente depoimento do doleiro Alberto Youssef, na 13ª. Vara Federal de
Curitiba, a cargo do íntegro juiz Sérgio Moro. Aliás, nada que a gente já não soubesse;
o que faltou a uns e outros foi coragem para contar antes o que acontecia nos
bastidores do poder. Não
é mesmo Marcos Valério? Valeu a pena calar-se? Você perdeu a
liberdade, enquanto o Dirceu, Genuíno circulam por aí, e o Lula sobe em
palanques Brasil afora ao lado de Dilma. Devo reconhecer que o Paulo Roberto Costa e o Youssef foram mais
espertos.
Não é à toa que o Aécio iniciou o debate com uma pergunta simples e
direta à Dilma: A senhora sabia das denúncias da
roubalheira da Petrobras, conforme revelou a VEJA? A resposta a condenou. Ao
invés de defender-se até para explicar o quanto sabia ou não sabia do que
acontecia embaixo do seu nariz, optou por atacar a revista. Isso mesmo. Ao invés de atacar o fato (o depoimento
do doleiro), atacou a revista. É o mesmo que culpar o mensageiro pela
mensagem. Em
outras palavras, para os mais atentos, ficou no ar que ela tem culpa no
cartório. Antes preferiu calar e desviar do assunto, a cair em contradição.
A confirmação disso não tardou. Ao ser novamente questionada pelo
adversário: A senhora considera a condenação e punição do
José Dirceu justa, ou, ele é um herói nacional?, ao que ela respondeu com bugalhos, desenterrando
o mensalão mineiro. Uai??? Até onde se saiba, não há processo nem condenação nesse caso. Além do
mais, o PT foi governo por doze anos, se houvesse alguma irregularidade, teve o queijo mineiro e a faca na mão
para investigar,
não é mesmo? De
modo que, mais uma vez, não respondeu ao que lhe foi perguntado; antes, por meio do seu silêncio, mostrou ser conivente com o
Mensalão do PT, que condenou com provas robustas os companheiros de
roubalheira, digo, de partido.
O momento que deu vontade de aplaudir, foi quando o Aécio quis saber por
que o governo não divulga os gastos com o Porto de Mariel, em Cuba, construído com
o dinheiro do povo brasileiro?;
além de questionar, por que o prazo do financiamento para
Cuba foi de 25 anos e não de 12 anos, como é a regra?, e, por que as garantias
foram dadas em pesos cubanos e não em dólar ou em euros, como manda a lei? Dilma desconversou mais uma vez. Por que não enfrentar a pergunta de frente candidata? Esqueceu que a gente tá vendo e é capaz de pensar por si? A única coisa que deu pra entender do
que ela tentou explicar é que a
construção do porto em Cuba gera empregos no Brasil. Oiiiii?
Teria gerado empregos no Brasil se o dinheiro tivesse sido aplicado na
modernização dos portos brasileiros, não é mesmo?
Daí veio a pergunta que o empresário, trabalhador, dona de casa, tanto queriam ouvir: O
que a senhora pretende fazer para controlar a inflação? Mais uma vez, ela não respondeu, preferiu deixar quem assistia ao debate no
vácuo e acusar os tucanos
de terem quebrado a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Banco do Brasil (BB) em
mil novecentos e nada; ou
seja, não tem um plano de
combate, não pretende controlar a inflação, ao menos foi o que o pessoal do sofá acabou concluindo.
Aécio então pontuou que o governo deve R$ 10 bilhões à Caixa Econômica
Federal (CEF) e R$ 8 bilhões ao Banco do Brasil (BB). Senti arrepios só de pensar nesses números! Também, né?, é sabido que para custear o programa do Bolsa Família tirou-se dinheiro da CEF e não se repôs,
diga-se, dinheiro do Fundo de Garantia dos Trabalhadores;
e quanto ao BB, depois que a gente ficou sabendo, que o banco emprestou R$ 2,7 milhões para Val Marchiori (quem????) a partir de uma linha
subsidiada pelo BNDES, contrariando as normas internas dos dois bancos: por ela ter crédito restrito ao não possuir
capacidade financeira (a renda apresentada corresponde à pensão dos dois filhos menores,
parece piada mas não é, ela apresentou como renda uma pensão que não é dela!?! Toimm!!!!), e,
não ter pago
um empréstimo anterior feito por ela junto ao BB, ora,
com essa falta de critério em conceder empréstimos, não é de se admirar que o caixa do
BB esteja carcomido! Nesse instante, o pequeno empresário
deve ter pensando nas dificuldades que tem para conseguir um mísero empréstimo para investir no seu negócio ou microempresa,
uma humilhante “via crucis” e peregrinação por assim dizer. É o PT e os bancos públicos cuidando dos mais necessitados... Olha não sou a Val Marchiori, aliás, nem sei quem é essa pessoa, mas também quero
na segunda-feira um empréstimo subsidiado com as mesmas vantagens dadas a ela
para o meu pequeno negócio. Ah, e prometo pagar, viu! Sou boa pagadora!
E o
BNDES é outro que deve ter um rombo fenomenal por conta dos empréstimos
obscuros feitos a Cuba, Venezuela, Bolívia, Nicarágua, Equador... a fina flor
das Américas. Sabe
quando vai receber? No
dia de São Nunca.
Isso sem se falar dos modestos empréstimos feitos a Eike Batista, algo pra lá de 6 bilhões de reais para suas "produtivas e rentáveis" empresas. Quando é que o BNDES vai receber o dinheiro público que emprestou a esse senhor falido? Esse é o verdadeiro X da questão. Diga-se, empresário ao qual Dilma Rousseff se rasgou em elogios, dizendo que era um exemplo a ser seguido. Deus nos livre e guarde de exemplos como esse!!!
No mais, o debate girou em torno dos mesmos assuntos, as mesmas falas,
falácias e mentiras: PRONATEC,
"Minha Casa Minha Vida", falta de água e a omissão da ANA (Agência Nacional de
Águas) - aparelhada pelo PT – em colaborar com o governo do Estado de São Paulo... Quatro blocos, dois deles com perguntas
de eleitores indecisos selecionados pelo Ibope; estes trouxeram
questões sobre a corrupção,
educação, habitação, fator previdenciário (que deixou Dilma na lona), saneamento
básico, violência, desemprego, tráfico e consumo de drogas. Creio que as perguntas tenham refletido a preocupação da maioria dos
brasileiros. Em
todos os blocos, só deu Aécio, com suas respostas claras, propostas e metas
para o presente e o futuro, em contraste com uma Dilma, esquiva, vacilante e
titubeante. Pode-se
dizer que foi o melhor desempenho de Aécio dentre todos os debates realizados,
e o pior de Dilma.
Ao encerrar, a candidata
disse querer um Brasil de amor e solidariedade. Só que depois da campanha de ódio fomentada nos últimos meses por ela e o companheiro Lula,
alimentando o conflito entre regiões e a perversa e antiética desconstrução dos
adversários, fica difícil acreditar na “Dilminha
paz e amor”, suas palavras soaram mais falso que nota de três reais; ou seja, até nos agradecimentos finais não convenceu.
Por outro lado, Aécio finalizou afirmando chegar ao fim da campanha de pé, honrado. Verdade, ele pode dizer isso de cabeça erguida. Reiterou não ser o candidato de um
partido, mas da mudança. Acenou
com a esperança, anunciando que algo
novo está em curso e que há no ar uma confiança nova. Amém, que assim seja, tudo
o que o pessoal do sofá esperava ouvir. Lembrou que há
30 anos, fez essa mesma caminhada com seu avô, Tancredo Neves. Às vezes me pergunto qual seria nossa realidade hoje se ele tivesse
assumido a Presidência, ao invés do Sarney. Por fim, se comprometeu a subir a rampa do Palácio do Planalto com a
mesma coragem e determinação com que Tancredo reconduziu o país à Democracia. E arrematou dizendo que lutou o bom combate e jamais perdeu
a sua fé. Recado mais que direto àqueles que
colorindo as ruas de verde-amarelo de norte a sul do país, em junho do ano
passado, lutaram por mudanças, sem perder a fé em dias melhores.
Que Deus olhe por nós neste domingo!!!
"Eu vou dizer olhando nos seus olhos. Existe uma medida que está acima de todas as outras e não depende do Congresso para acabarmos com a corrupção no Brasil: é tirar o PT do governo". (Aécio Neves)
Shadow/Mariasun
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