Penso ser este o dito popular que melhor define a atual atração global. Será? Provo por A + B.
As primeiras edições do BBB causaram furor e bombaram, em especial, nas
redes sociais. Aqueles primeiros malucos confinados numa casa, tendo que
superar os próprios limites em provas de resistência fodásticas, os conchavos
correndo à solta, a formação de panelinhas amadas por uns e odiadas por outros,
as privações de comida ou de ter que acampar do lado de fora da casa, a briga aguerrida pela liderança
para conseguir imunidade por uma semana, acabou despertando o interesse do
público. Blogs foram criados para entender, fomentar e comentar o fenômeno,
torcidas apaixonadas por um ou outro participante cresciam no decorrer do
programa, pessoas viravam a noite para acompanhar seu favorito nas provas de
resistência, a guerra entre torcidas se instalava de norte a sul do país.
No cabeleireiro, supermercado, escritório, banca de jornal, escola, churrasco, reunião com o chefe, jantar à luz de vela,
almoço na casa da sogra... não se falava em outra coisa: quem será o eliminado desta
semana? Cálculos estatísticos eram feitos para medir a probabilidade de votos que
cada um poderia receber. Conheço até quem em dia de votação tirava o telefone
do gancho, desligava o celular só pra não perder um segundo sequer daquele
“momento histórico”, que traçaria os rumos do jogo.
Ora, quem não gosta de dar uma
espiadinha e meter a colher na vida alheia, não é mesmo? Óbvio é, no entanto,
que a bisbilhotice tem que vir com um gostinho de quero mais, ela tem que ser
estimulada pelo imprevisível. Senão cansa, vira mais do mesmo.


Para chegar a isso é preciso trabalhar duro, pôr os estagiários pra pensar, a criatividade pra funcionar durante a elaboração de provas inéditas, supervisionar com esmero cada detalhe para que o espetáculo ganhe veracidade e, acima de tudo, credibilidade. E dessa forma ter sucesso garantido no trinômio: patrocinadores, lucros e audiência.
Mas, porém, contudo, entretanto... o tempo passou, as edições foram se
sucedendo, e elas começaram a flopar.
Por quê? “O modelo está esgotado”, “esse tipo de atração não tem mais
fôlego”, dizem os mais pessimistas e alguns sabotadores. Não. A receita é boa,
demora a se esgotar. Outros realities estão aí para provar o contrário,
como AFazenda.
A bisbilhotice é inerente ao ser humano, assim como "fazer fama e deitar na cama".

A receita do sucesso, meu caro Bones, papai Bonifácio conhece bem, exige demanda de novos talentos, novos desafios, novas habilidades para inovar e renovar-se, sem perder de vista a essência do produto veiculado.
Hoje a televisão está sob a ameaça de novos concorrentes e de uma internet rápida e imediata. Os participantes do BBB não são os mesmos. Perderam a ingenuidade. São descolados, matreiros, PhDs em matéria de realities, e não sei porque cargas d’água acham que pra faturar o prêmio basta fazer casalzinho e dar umas bitoquinhas ainda que a contragosto; e lá vão eles, no primeiro dia, em questão de horas, declarar amor eterno e se estapear com quem possa atrapalhar seus planos. A seleção também não é mais a mesma, hoje direta ou indiretamente muitos deles já possuem trabalhos e contatos na mídia, dando a impressão de que a escolha não é tão aleatória assim, fazendo jus ao ditado de que "quem tem padrinho não morre pagão".

Mas o pior, é que a sombra do efeito Valdirene perdurou. Para comprovar
que o reality ainda pode inovar e despertar o interesse do passado, as mães dos
participantes foram colocadas por alguns dias dentro da casa, separadas apenas
por um muro que permite a livre comunicação e muita gritaria. Oi??????
Agora eu pergunto: Qual é a finalidade disso? Não teria sido muito mais
interessante botar a criatividade pra funcionar e os estagiários pra trabalhar
fazendo jus ao salário que recebem, criando desafios, fazendo provas bem
elaboradas, forjando situações que tirasse os participantes do SPA e da zona de
conforto? São capazes sim, é só querer e tiveram nove meses pra planejar, o que
não é pouco.
Cadê o quarto branco, provas de liderança surpresa, falsas eliminações, dinâmicas
que façam as máscaras caírem? A coisa está tão avacalhada que nem a
possibilidade de ser líder os seduz mais, lembremos a forma como o Roni
entregou a liderança ao Marcelo (ownnn); o temido big fone hoje virou piada,
todo mundo sabe dia e hora em que vai tocar, até a direção o trata com descaso,
senão como explicar a mesma mensagem repetida em sequência e em dias
diferentes? (ownnn); as provas têm sido marcadas pela displicência, erros e equívocos, como a
última, onde numa prova de rapidez se permitiu que um participante trombasse no
outro, quando eles poderiam ter feito o percurso sozinhos computando-se o tempo
individual de cada um; nem na “lavagem de roupa suja” tem havido esmero,
perguntas nível jardim de infância, que não chegam a causar cócegas e muito
menos mal estar entre eles; as perguntas feitas ontem às mães para serem
respondidas pelos filhos, nada acrescentaram, nível mais pra Organizações Tabajara do que pra Organizações
Globo: O que seu
filho prefere - TV Globinho, Sessão da Tarde ou Corujão (ownnnn)? Profundo, tudo aquilo que a torcida e o público gostaria de saber!!!!!! Bem
se vê que houve cuidadosa e esmerada pesquisa na biografia do participante.
E um capítulo à parte são as intervenções cada vez mais tendenciosas de
Pedro Bial queimando uns e favorecendo outros. O que é ele se dirigindo à mãe
da Tatiele como sogrinha? Ah, façaofavor!!! Quais os benefícios disso para a competição,
alguém pode me dizer?
Risco alto e que não se deve cometer, uma distração e descaso por parte de quem
faz, que leva aqueles que são assíduos, comentam e acompanham o programa, desde as suas primeiras
edições, a perder o interesse e a confiança. Chama o PROCON porque usar e
abusar do consumidor, não é ético nem permitido.
Espero que as mães, ao menos, estejam sendo bem remuneradas, porque ter que dormir em beliche ninguém merece, além do mais, a
exposição e o direito à imagem tem valor, e a emissora está faturando com elas. Pra quem está achando que elas
movimentaram o BBB, meus pêsames, você não sabe ainda o que é esse jogo.
Aliás, das mães que estão lá, só a Da. Ledi é a que acrescenta alguma
coisa. Ela com seu jeito valdireniano de ser está dando um show, nadando de
braçada, ela é a verdadeira bbbniana do momento. Tresloucada, simpática,
cativante, irreverente, animada como um BBB deve ser, um colírio diante de todos que estão
lá, muitos deles engessados, sem brilho e sem conteúdo. Mas ela não é
participante, como a Valdirene também não o era. Triste fim de uma atração, que busca movimentar o jogo e causar nas redes sociais com quem não faz parte dela. Em
questão de horas Da. Ledi vai embora com a filha, e aí fica a ressaca do que
poderia ter sido e não foi.
Pois é.... pega fama e deita na cama...
Se pudesse escolher
Entre o bem e o mal
Ser ou não ser...
Entre o bem e o mal
Ser ou não ser...
Shadow