sexta-feira, 7 de novembro de 2014




DUPLA IDENTIDADE-EPISDÓDIO6





QUE DIFERENÇA FAZ UMA PESSOA A MENOS NO MUNDO?

Talvez isso resuma bem o pensamento de um serial killer como o Edu (Bruno Gagliasso). Capaz de fingir e manipular, ele age como se tudo lhe fosse permitido, sem se importar com o que o outro sente ou pensa. Na criminologia, consegue se diferenciar dos demais criminosos: astuto, prepara minuciosamente o crime e estuda em detalhes a vítima; se fosse apenas um assassino comum se contentaria em escolher alguém aleatoriamente na rua, mas ele não, é sofisticado, sabe onde a vítima vai estar, a caça, a observa...

Como saber quem vai atacar se não há elo de ligação entre as vítimas? Como encontrá-lo, se não deixa pistas ou digitais? Esse é o desafio e a árdua tarefa de Vera (Luana Piovani) e do delegado Dias (Marcello Novaes).

Quando não está à espreita de uma vítima, consegue enganar a todos ao redor, por sua inigualável capacidade de simular emoções. 
 
Para entendê-lo, foi extremamente didático ver sua atuação no enterro do assessor de gabinete do senador Otto, que ele matou.  Fingindo profunda tristeza e pesar, despediu-se dizendo: - Não resistiu ao fardo (de ter traído o senador, só que a gente sabe que não). Encontre a paz meu irmão, meus sentimentos. E pra fechar ainda deu um abraço de urso na mãe do falecido. Dissimulado!!!
Não satisfeito, ainda se fez de coitadinho, dizendo ao senador que foi horripilante ver o suicídio do amigo, que mal conseguiu dormir, que apesar de tudo, sempre será grato a ele porque foi quem o ajudou a chegar até ali (e vejam como ele agradeceu, afff... Livrai-nos de amigos como o Edu!). - O Ivan fez mesmo essa confissão pra você (de que foi ele que divulgou o dossiê)? perguntou um intrigado senador. Mais uma vez conseguiu impressionar: - Não. Mas, nós sabemos que foi ele. Isso senador ia ficar na sua conta. Olha que bonzinho! Não tem como negar o dom que ele tem de ser extremamente sedutor e envolvente. Até o experiente senador se rendeu: - Você teve muita presença de espírito. Te devo mais essa. Pelamor!!!!

Na arte da dissimulação, há de se considerar que a morte do assessor foi providencial para o tal senador também, dando-lhe munição para tirar de foco o dossiê de corrupção na petroquímica, e colocar-se como vítima dos acontecimentos, alegando ter sido ludibriado pelo assessor, que ele considerava um amigo. Nessas horas é muito adequado se valer da imprensa e cavar uma entrevista no Jornal Nacional, digo, no jornal de maior audiência no país, não?

A mulher do senador (Marisa Orth) que se cuide. Ela agora está tentando uma aproximação doentia com o Edu, na certeza de que o moçoilo é facilmente manipulável: - Venha tomar um chá comigo, convidou ela, surpreendendo até ao Edu. - Você precisa de verniz, já que está na suplência! Será que pretende fazer dele um pigmaleão? Ao que ele, nada ambicioso, arrematou: - Política. Nasci pra isso, não me imagino fazendo outra coisa. Eu hein, gente maluca! Se ela soubesse quem é esse Edu! Ok, esqueci, ela convive com o senador, portanto, nada mais deve ser capaz de assombrá-la.

Enquanto isso Ray confessa à amiga estar cada vez mais envolvida com o Edu. - Gosto de homens que dão emoções intensas. Nunca me senti tão completa tão inteira. A gente combina, curte a vida. Ele é bacana com a Larissa, é família, tem futuro. Sabia que vai ser suplente do senador? É lindo, engraçado... Mal sabe ela as emoções que ele é capaz de causar!

Bom, em termos de loucura, ela não fica atrás do namorado, não é mesmo? Bastou o outro comentar que vai se encontrar com a mulher do senador, pra insegurança bater e a ansiedade aflorar: - Não posso ir? Você tem vontade de conhecer a mulher do senador? Enquanto ele, totalmente surdo ao que a Ray diz, vaidoso comenta: - Preciso estar elegante. Ela também parece não ouvir e continua com a ladainha: - Como é que ela é? Ela é linda, chique? Você é apaixonado por mim? Você não sente minha falta? Humm... Roupa cara, de marca? Você rouba Edu? Ah, mas isso ele ouviu e não gostou nadinha: - Se falar isso de novo torço seu pescoço! (Vixe!!!). Brincadeirinha. Você sabe como me esforço pra conseguir as coisas. Deixo de comer pra me vestir. Brincadeirinha, sei! Melhor seria a Ray colocar o lindo pescocinho no seguro.

Como era de se esperar, neste episódio, o bom moço e namorado exemplar fará mais uma vítima: Ana (Bárbara Paz). Não se trata de uma escolha aleatória, mas de alguém que ele salvou por meio da ONG onde trabalha, impedindo que ela cometesse suicídio. Ironia! E eis que alguém da equipe de voluntários muito oportunamente se pergunta: - Que fim levam as pessoas que ligam pra cá? Boa pergunta! Nessa hora, o pessoal do sofá ficou imaginando se a tal da ONG não seria o elo de ligação entre as vítimas. Aguardemos!

Assim é que, depois de observar a rotina de Ana, Edu a aborda ao descer do ônibus, como se fosse um encontro casual. E, ao ouvi-lo, logo o reconhece como sendo o "anjo" que lhe salvou a vida: - Eu nunca ia esquecer sua voz! Escuto e lembro das coisas que você me diz cada vez que eu penso em morrer. Coitada, tão inocente!

No dia seguinte, enquanto Vera está na delegacia tentando decifrá-lo, Edu a interrompe (mal disfarçando a euforia) para mostrar a manchete do jornal, que fala em mais uma vítima. - Me sinto culpada por cada uma delas. Agora virou pessoal! Ela garante.

Não tarda para o assassino virar notícia dos principais jornais televisivos. A bela jornalista (Valéria Monteiro) e prata da casa, foi uma a dar destaque à matéria, muito embora, não estivesse num dos seus melhores dias, com a voz falhando e a garganta arranhando. Esse detalhe não passou despercebido ao Edu, que gostando do jogo gato e rato, e no seu melhor estilo irônico, identificou-se a ela por e-mail, sem deixar de enviar uma receitinha de gengibre para as cordas vocais. Olha que prestativo!!! - Estou de volta quanto mais terei que fazer para me darem atenção? O risco e o proibido o excitam.

Totalmente amedrontada a jornalista vai até a delegacia, ao mesmo tempo que, Vera recebe outro e-mail: Vi uma mulher hoje na rua, mora numa casa com janela que tem vista para a floresta. Vai ser daqui a duas horas. E o abusado ainda mandou o endereço do local do crime, por meio de uma mensagem criptografada; começa a corrida contra o tempo para tentar decifrá-la.
 
Aproxima-se o momento de fazer mais uma vítima: -Você acredita em destino? - Você tem medo de morrer Ana? O lado sádico dele se revelando... - Não, tô com você. Tentei morrer seis vezes, em quatro delas você me salvou. Perto de você tenho certeza que não vou me atirar lá embaixo. Coitada, melhor seria correr enquanto é tempo... - Já pensou topar com esse serial killer que anda por aí? Você sonha com ele como sonha comigo? Já pensou se eu fosse ele? E se eu te disser que eu sou ele? O assassino começa a ser revelar e a tirar a máscara, enquanto ela, aterrorizada, percebe ter caído numa armadilha sem volta. Para ele, o crime é secundário, o que prevalece, é o seu desejo de dominar e de se sentir superior.

Seguindo a pista, finalmente Vera encontra o local indicado. Chegará a tempo? Irá pegá-lo em flagrante? O delegado Dias vai atrás e, ao chegar, ouve tiros. - Louca! Como é que você se põe em risco desse jeito? Louco é ele que além de não ter dado crédito à Vera, o que a fez ir sozinha até lá, ainda atrapalhou, já que ela estava com o assassino na mira. Vou falar viu!

A vítima é encontrada. Diante de Vera e do delegado, o mesmo ritual de crueldade, a assinatura do criminoso.

Na delegacia, Vera tem um insight. De repente ela se dá conta de que o assassino está sempre um passo à frente da polícia, e conclui: Ele está perto da gente!

Verdade. Ele está perto... muito perto....




Não posso impedir de ser o que sou


Shadow/Mariasun Montañés 



Licença Creative CommonsO trabalho DUPLA IDENTIDADE - EPISÓDIO 6 de MARIASUN MONTAÑÉS está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.




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