"A lição é a seguinte: nunca desista, nunca, nunca, nunca. Em nada.
Grande ou pequeno, importante ou não. Nunca desista. Nunca se renda à força,
nunca se renda ao poder aparentemente esmagador do inimigo". (Winston Churchill)
A avalanche de escândalos na
política, a barganha vergonhosa de cargos e “bolsa-reforma” entre Governo e
parlamentares para a aprovação das Reformas, o casuísmo das decisões do STF
soltando e blindando bandidos do colarinho branco, fez com que os brasileiros esperassem
com grande expectativa a chegada de 2018. Ano eleitoral. Ano de varrer do cenário
político as sanguessugas de vários partidos políticos, que há anos se agarram ao
poder para enriquecer e perpetuar-se.
Qual será o destino desta Nação
nos próximos meses???
Não temos bola de cristal para
saber, até mesmo porque muito irá depender de quem assumir o poder. E o que
este país necessita hoje, é de um líder. Não alguém que apenas se autointitule
honesto, honestidade tem que vir junto com um Programa de Governo sólido, que
leve ao enxugamento e eficiência do Estado, visando o crescimento econômico-social, sem conchavos ou distribuição de benesses.
Chega de aventureiros no poder!!! Sofremos com isso desde que José Sarney pisou no Palácio do Planalto.
Na ausência de um líder, o poder paralelo
do tráfico e da criminalidade se estabelecem. Fato. É isso que está levando o Rio de Janeiro a uma a guerra
civil diária.
Não dá mais para aceitar um
Governo fraco, que vai e volta, avança e recua em suas decisões, ficando à
mercê dos caprichos e interesses escusos do Poder Legislativo, cujos partidos estabelecem
valores $$$ ou exigem cargos no primeiro escalão para aprovar Projetos que irão
beneficiar a população, como as Reformas.
Um dos principais líderes
políticos do século XX foi Winston Churchill, personagem principal de “O
Destino de uma Nação” de Joe Wright, com o excelente Gary Oldman no papel do
Primeiro-Ministro britânico.
A cada cena do filme é inevitável
o desejo de ver surgir por aqui um líder como ele, capaz de dar uma guinada
transformadora na política tupiniquim, viciada e rançosa, que quase nos
transformou em uma Venezuela.
O ”Destino de uma Nação” é
pontual. Retrata os eventos dramáticos havidos no período de cinco semanas, em
1940, entre a renúncia de Neville Chamberlain (Ronald Pickup) ao cargo de Primeiro-Ministro, a relutante nomeação de Churchill para substituí-lo, suas estratégias para mobilizar aliados e aplacar rivais que
buscavam firmar um tortuoso acordo de paz com Hitler, sua luta e conflitos para
conquistar a confiança do próprio partido, da oposição e do povo, até o
emblemático e contundente discurso We
Shall Fight on the Beaches (“Lutaremos nas Praias”).
Nele(o discurso), Churchill,
anunciou de forma emblemática e envolvente a possibilidade de um grande
desastre militar (naquele momento soldados britânicos estavam acuados na região
de Dunquerque, na França), bem como, a iminente
invasão da Inglaterra pelo exército de Hitler, fomentando a
necessidade de resistir bravamente, sem perder a esperança na vitória.
Foi por meio dessa fala e do seu
impressionante poder de convencimento, que ele se consolidou como grande
líder, em um dos momentos mais dramáticos da História da Segunda Guerra
Mundial: o avanço da Alemanha Nazista no continente europeu e a invasão da
França, onde estavam sitiados 300 mil soldados britânicos.
A tensão é crescente conforme o
cerco alemão avança. Hitler se aproxima do Reino Unido. Diversas soluções são
colocadas desesperadamente na mesa, muitos tramam e receiam os próximos
movimentos do Governo, enquanto alguns soldados se sacrificam para o bem do país.
Não é por acaso que o diretor
enquadra o Primeiro-Ministro em espaços reduzidos, na
penumbra, quase na escuridão, para ilustrar o peso, a clausura e a solidão da
tomada de decisões que determinam os rumos de um país. Com as costas
curvadas e o andar vacilante, “ele parece carregar o peso do mundo nas costas”,
observa em determinado momento Clementine (Kristin Scott Thomas), sua esposa,
verbalizando a exaustão e o enorme fardo pelo assombroso poder nas mãos
para garantir a integridade de seu povo e dos aliados.
As escolhas, o sacrifício de
vidas e o esforço dramático para resgatar os soldados servem para dimensionar a
grandeza e a atuação política do Primeiro-Ministro, cujo nome não era a primeira
opção para o cargo, mas o único em condições de assumi-lo. Por meio de
discursos inflamados no Parlamento e no rádio, de acalorados debates no
Gabinete de Guerra ou no metrô, foi capaz de comover e mobilizar o povo, os
parlamentares e até mesmo o contido Rei George VI (Ben Mendelsohn), a um embate
militar contra o poderoso e temido inimigo, traçando o destino e o futuro de uma Nação.
Não, ele não negociou com dinheiro ou cargos suas ações políticas ou um possível acordo de paz com Hitler. Ele dialogou com firmeza nos espaços de poder e com empatia junto ao público, avaliando e calculando as consequências de cada passo a ser dado.
Não, ele não negociou com dinheiro ou cargos suas ações políticas ou um possível acordo de paz com Hitler. Ele dialogou com firmeza nos espaços de poder e com empatia junto ao público, avaliando e calculando as consequências de cada passo a ser dado.
Em momento algum Churchill abriu mão das responsabilidades do cargo ou da soberania de seu país. Na luta interior travada com ele mesmo, foi ao encontro do povo, e por meio dessa conexão, se fortaleceu, ganhando apoio e credibilidade. Esse, aliás, é o princípio abstrato da Democracia: governar com e para o povo. O contrário do que vemos hoje, inclusive no que diz respeito à intervenção da ONU, tanto mais inepta quanto mais contaminada por uma ideologia de esquerda.
Na narrativa esse elo é
dimensionado na relação do Primeiro-Ministro com Elisabeth Layton (Lily James),
sua secretária.
O espectador se vê em Lady Layton.
Ela é alguém que não pertence ao poder. Decisões são tomadas diante dela sem a
sua participação, muito embora estas tenham reflexo em sua vida, na de seu
irmão que está lutando na França, ao mesmo tempo, que é uma interlocutora de
Churchill. Ela parece estar ali como que a lembrá-lo, de que a função de um Primeiro-Ministro é proteger o povo, não a de fazer jogos políticos, tentar
levar a melhor em quedas de braço ou alimentar vaidades pessoais.
Essa interlocução tem forte simbologia e apelo. É o que vemos hoje nas redes sociais. Pessoas expressando seus anseios
por um país melhor, livre da corrupção e da violência sem fim. No entanto, poucas vezes
ouvidas, porque onde há desvio de dinheiro público, o Governo e os parlamentares estão mais preocupados em ocultar seus
crimes e escapar da Justiça para não perder as mordomias e os cargos. Infelizmente, por aqui, o inimigo está
onde não deveria: no poder.
Churchill, por sua vez, conseguiu salvar a maioria dos
soldados do massacre.
Pediu, quase implorou a Franklin
Roosevelt ajuda das Forças Armadas americanas. Mas, um Pacto de não Agressão
impediu que os EUA agissem naquele momento. Então, o Primeiro-Ministro recorreu
à população, pedindo a todos os civis que tivessem barcos, que se dirigissem
para a região de Dunquerque, na França, naquela que viria ser a mais
emblemática, inspiradora e heróica operação de resgate da História Contemporânea: a
Operação Dynamo.
Quando tudo parecia perdido, em meio à densa neblina - como uma miragem - diversas embarcações, barcos e mais barcos, se aproximaram silenciosa e lentamente da costa francesa para resgatar os soldados, que encurralados,
esperavam a morte pelas mãos dos nazistas. Talvez a falha do filme esteja justamente aí, ao não mostrar em detalhes o épico salvamento. Mas é compreensível. A narrativa está voltada para o homem brilhante, que decide e age.
Com a sua liderança e pulso firme Churchill foi capaz de unir o povo e o Parlamento e de liderar o Reino Unido contra o exército de Hitler, derrotado pelas Forças Aliadas cinco anos após os fatos narrados no filme.
Com a sua liderança e pulso firme Churchill foi capaz de unir o povo e o Parlamento e de liderar o Reino Unido contra o exército de Hitler, derrotado pelas Forças Aliadas cinco anos após os fatos narrados no filme.
O "Destino de uma Nação" nos
presenteia com a jornada de um homem temperamental, rabugento e de difícil
trato, que encontra a própria humanidade, em meio a suas angústias, medos,
vontade de acertar e preocupação com o povo. Um verdadeiro Estadista, como poucas
vezes se viu na História Política mundial. Abnegado, habilidoso, notável orador e ciente do seu
dever, foi capaz de unir um país fragmentado e assustado, sem sufocar a esperança
em dias melhores ou deixar de exaltar o patriotismo por uma Nação.
Foi um grande líder, que soube
entender que políticas de Estado estão acima de conchavos ou políticas
partidárias.
O filme é belíssimo, com uma
direção, fotografia e iluminação, primorosas; fundamentais para dar mais
profundidade dramática e estética ao filme. A dimensão que Gary
Oldman dá ao personagem por meio de sua fala, discursos inflamados, rabugices, explosões,
silêncios, olhares de incerteza e fragilidade, também merece os melhores
elogios. É a consagração de um ator que soube incorporar a figura de Churchill com
sensibilidade e dar-lhe intensidade nos mínimos gestos e expressões, sem cair
na caricatura. Não tem como não apreciar.
Até que... as luzes do cinema se
acendem e a gente não consegue parar de pensar e falar do filme.
Qual teria sido o destino do
Mundo sem Winston Churchill como Primeiro-Ministro?
Caso Neville Chamberlain (Ronald Pickup)
não tivesse renunciado movido pela pressão política diante do fracasso e
inabilidade em lidar com o avanço dos alemães e, ao contrário, tivesse teimado em agarrar-se ao cargo como o fez Dilma Housseff, muito provavelmente, a
Inglaterra e o mundo não teriam conhecido Churchill. Caso o Rei George não tivesse se
mantido firme, acreditado e apoiado o seu Primeiro-Ministro, evitando deixar-se
influenciar por conchavos ou o receio e vaidade de perder a popularidade. Caso a oposição
insistisse em fazer a política do “nós x
ele”, ao invés de reconhecer e aplaudir o mérito de quem estava fazendo o melhor pelo
país... é quase certo que os soldados
britânicos teriam sido mortos em Dunquerque, os nazistas teriam invadido a Inglaterra, hasteado a bandeira com a suástica no Parlamento inglês e
sabe-se lá, os rumos que a Europa teria trilhado.
Esse período da História nos leva
a refletir sobre a nossa realidade, hoje.
O estado de espírito é o de
estarmos sitiados como os soldados britânicos, encurralados pelo mar de
escândalos, desmandos e roubalheira, à espera do resgate.
Custamos a aceitar que uma
ex-presidente (Dilma Rousseff), que sofreu o impeachment por sua incompetência e fosse/é partícipe da
organização criminosa que saqueou o país, continue com os direitos
políticos sob o beneplácito da Suprema Corte e seja custeada pelos brasileiros,
ela e um séquito de serviçais, inclusive para viajar mundo afora, destruindo a
imagem do país. Custamos a aceitar que a nomeação ao Ministério do
Trabalho, seja imposta a fórceps ao Presidente da República pelo pai (Roberto
Jefferson) de uma deputada federal (Cristiane Brasil), medíocre, sem a menor diplomacia,
conhecimento, discrição ou atributos para exercer o cargo. Custamos a aceitar
que um ex-presidente (Luís Inácio Lula da Silva), condenado em duas Instâncias a mais de 12 anos de prisão em regime fechado, chefe da
quadrilha que arruinou e pilhou o país, imponha a sua candidatura ao mais alto
cargo do país, tripudiando da Justiça e do povo. Custamos a aceitar um Parlamento que se vende e corrompe em
troca de vantagens ilícitas e interesses privados. Custamos a aceitar um
Supremo Tribunal Federal que ao invés de julgar, deixa os processos se
acumularem e prescreverem.
Nos sentimos acuados... A esperança está depositada nas próximas
eleições. Essa é a oportunidade para extirpar da vida pública todo aquele que esteja envolvido nos crimes que a Lava Jato
revelou. Elas, as eleições, são a embarcação que poderá nos resgatar. Muito embora as urnas
eletrônicas continuem sem permitir auditoria ou a recontagem de votos e os pré-candidatos conhecidos até aqui, não revelem nomes capazes de imprimir a liderança e as transformações das quais estamos tão carentes. Em meio a isso, caberá ao povo, a nós, saber distinguir entre aquele que mais se aproxima de um estadista ou de um demagogo.
"A diferença entre um estadista e um demagogo é que, o demagogo decide pensando nas próximas eleições, enquanto o estadista decide pensando nas próximas gerações". (Winston Churchill)
"... Muito embora grandes extensões da
Europa e antigos e famosos Estados tenham caído ou possam cair nos punhos da
Gestapo e de todo o odioso aparato do domínio nazista, nós não devemos
enfraquecer ou fracassar. Iremos até ao fim. Lutaremos na França. Lutaremos nos
mares e oceanos. Lutaremos com confiança crescente no ar. Defenderemos nossa ilha, qualquer que seja o custo. Lutaremos nas praias. Lutaremos nas áreas de pouso. Lutaremos nos campos. E nas ruas. Lutaremos nas colinas. Não nos renderemos jamais! Pois, sem vitória, não haverá sobrevivência...". (We Shall Fight on the Beaches, parte final do discurso de Winston Churchill na Câmara dos Comuns)
Shadow/Mariasun Montañés
O DESTINO DE UMA NAÇÃO de MARIASUN MONTAÑES está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.