domingo, 24 de fevereiro de 2019





A INVEJA, MARINA RUY BARBOSA E AS IRMÃS DE CINDERELA



Era uma vez um vaga-lume. Todas as noites ele acendia um pequeno feixe de luz, iluminando a noite e os galhos das árvores por onde passava. Sua luz brilhava por alguns segundos e apagava, para logo depois voltar a brilhar. Um pisca-pisca que encantava quem o olhasse de longe.

Até que numa certa ocasião, aquele pequeno ponto brilhante chamou a atenção de uma cobra. Esgueirando-se entre as folhas, pôde ver o pequeno vaga-lume fazendo o que o fazia feliz: espalhar seu brilho natural por onde passava. Instintivamente, ela se aproximou e deu o bote para pegá-lo.

Em um rápido reflexo ele voou. O que motivou a cobra a ir atrás de sua presa. Ela dava o bote e ele voava... ele voava e ela dava bote... sucessivas e sucessivas vezes... Até que sem forças e esgotado, o vaga-lume virou-se para a cobra e disse:

- Posso fazer três perguntas?
- Não costumo abrir esse precedente pra ninguém. Mas já que vou te comer, pode perguntar.
- Pode me dizer se pertenço a tua cadeia alimentar? - Não.
- Por acaso eu te fiz algum mal? - Não.
Cansado e sem entender o porquê daquela perseguição, o vaga-lume por fim perguntou:
- Então por que você me persegue e quer me comer? - Porque não suporto ver você brilhar.

A fábula da cobra e o vaga-lume remete à inveja. Ela aí está no nosso dia a dia à espreita: no trabalho, na escola, na família, nos amigos, no vizinho... Via de regra é um sentimento alimentado por pessoas frustradas, sem brilho próprio, que se sentem felizes com a desgraça da pessoa que possui o que elas não têm e, gostariam ter: amor, prestígio, sucesso, beleza, felicidade... O prazer do invejoso está em presenciar a derrocada, a destruição e o infortúnio do outro.

A inveja é um sentimento que corrói e não descansa até que o brilho do invejado se apague. Não por acaso é um dos sete pecados capitais.

No entanto, ele não anda sozinho. Costuma se apresentar de mãos dadas com a maledicência. Os dois vivem lado a lado, assim como a serpente e o veneno, para destruir reputações, carreiras, famílias, a vida de alguém. Por essa razão, rende historias em filmes, novelas, fábulas e contos de fadas. Basta lembrar de Cinderela e suas terríveis irmãs, onde o tema central é a inveja.

Se a história de Cinderela fosse contada nos dias de hoje, as irmãs invejosas estariam nas redes sociais soltando notinhas caluniosas sobre a Gata Borralheira. Esse seria o seu passatempo e a sua realização.

E eis que chegamos a Marina Ruy Barbosa para ilustrar que a inveja continua atual e em alta, com combustível até para acionar o departamento de crise de uma grande emissora de TV, virar notícia nas colunas de fofoca e levantar tags no twitter.

Pessoas bem sucedidas, amadas, com brilho próprio, que se projetam positivamente e têm milhões de seguidores, tornam-se alvos fáceis para atrair os dardos venenosos dos invejosos, que contam hoje com a eficiência e rapidez das redes sociais para disseminar e ampliar boatos, fake news e o ódio.

Falemos um pouco de Marina...

Quando criança ela chamava a atenção com suas sardas e cabelos ruivos em novelas e publicidade. Graciosa sempre foi. E com o passar do tempo, foi se tornando cada vez mais bonita. Com apenas 23 anos não lhe faltam trabalhos na TV, tampouco publicitários. Casou com o bem sucedido Alexandre Negrão, que mais parece um príncipe saído de um conto de fadas. Ou seja, tão jovem encontrou até o amor, algo que alguns levam a vida inteira procurando. Quantas pessoas vêem os anos passarem e não conseguem metade do que Marina já conquistou!!! Até o Troféu Imprensa, premiação do SBT aos melhores do ano, ela alcançou. Foi eleita melhor atriz em 2016 por um júri de jornalistas.

A jovem artista sempre foi comedida. Nunca esteve envolvida em escândalos amorosos ou barracos públicos. Preserva sua vida pessoal de forma discreta e recatada. Talvez por isso tenha chegado até aqui sem arranhar a sua imagem, ganhe cada vez mais destaque no meio artístico e sobreviva em um ambiente feroz, repleto de vaidades, estrelismo, egos inflados, deslealdade, rancores, falsidade.

Quando se apresentou no especial de Roberto Carlos, cantando "Na Paz do seu Sorriso”, irradiando encanto e simpatia, algumas "colegas" globais devem ter rangido os dentes, desejando estar no seu lugar. É... mas o sapatinho de cristal não cabe em todos os pezinhos... A graça, a leveza, o sorriso, a beleza, naquela apresentação, seduziu não apenas ao público, mas ao próprio Rei.

Dizem que Marina além de ser uma atriz que cresce a cada trabalho, é disciplinada, pontual, gentil com os colegas e funcionários, e, está sempre com o texto pronto, na ponta língua. É acessível, atenciosa e educada com os jornalistas e o público. O que a transformou em uma das atrizes mais queridas dos diretores globais, agências de publicidade e das pessoas.

Se antes não havia motivos para empanar-lhe o brilho que possui e ofusca, agora encontraram.

Colocaram Marina no meio do furacão da separação de Débora Nascimento e José Loretto. Nem vou me ater ao disse me disse, que essa trama folhetinesca de quinta se transformou. Apenas às reações, em especial, das colegas de trabalho, que deixaram de segui-la nas redes sociais, numa condenação pública e sumária. 

Os dislikes das famosas apenas trouxe à tona aquilo que vemos no dia-a-dia e é potencializado num ambiente onde a busca são os holofotes e a fama. 

Ao tempo em que marcam uma posição, demonstrando desagravo de um lado - como se santas fossem - e, solidariedade - que não sentem - do outro, miram no espaço hoje ocupado por Marina. São como as irmãs de Cinderela, invejosas, despeitadas, ansiosas por calçar um sapatinho que não foi feito pra elas.




Não há inveja que possa apagar o brilho dos pequenos vaga-lumes.


Shadow/Mariasun Montañés



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