O PANTANAL E A AMAZÔNIA EM CHAMAS
O Pantanal e a Amazônia ardem desde julho, diante da passividade e descaso do governo central. Nossos maiores tesouros estão em chamas. O santuário das onças-pintadas e um dos maiores abrigos das araras-azuis estão se transformado num cemitério de espécies em extinção, a causa de incêndios criminosos provocados por grileiros e produtores rurais. Mais de três milhões de hectares foram destruídos no Pantanal. Segundo o INPE, somente nas duas primeiras semanas do mês de setembro, a Amazônia registrou algo ao redor de 27.000 focos de queimadas.
A catástrofe é dantesca, enquanto Jair Bolsonaro, Hamilton Mourão e Ricardo Salles, os responsáveis diretos pelas ações de combate ao fogo, se mantêm inertes à espera da chuva, desviando o foco e culpando inimigos imaginários, os meios de comunicação, Leonardo Di Caprio, Greta Thunberg, ONGs ambientalistas, o INPE, os satélites, ao invés de agirem com presteza e eficiência convocando brigadistas, o Exército, as Forças Nacionais para combater os incêndios.
Na contramão de uma política ambiental efetiva, desde que assumiu, o governo cortou drasticamente verbas para a fiscalização e prevenção dos incêndios florestais, reduziu o número de contratações de brigadistas, desarticulou o IBAMA, exonerou a cúpula do INPE, legalizou os invasores em áreas indígenas e de preservação para atender aos interesses dos vândalos do agronegócio, madeireiros ilegais, grileiros, estimulando e facilitando com tais ações a derrubada de árvores e a queimada das matas. O governo trata o meio ambiente e as florestas como se eles não fossem uma parte de nós.
A Pátria amada para o desgoverno posto não é esse vasto e imenso gigante pela própria natureza, que significamos como Nação. A agonia do Pantanal e da Amazônia está na fumaça negra que se espalha no céu do sudeste e sul do país e que já chegou aos países vizinhos, nas onças resgatadas com as patas queimadas, na flora e animais morrendo e perdendo seus habitats, que contrariam o discurso cínico e mentiroso de que não há desmatamento nem destruição das florestas no Brasil e que os incêndios estão controlados. Biomas que levarão décadas e décadas para se recuperarem, isso se nos próximos meses, no seu lugar, não surgirem pastagens, grilagens, mineradoras, atividades ilícitas. Para o bem da Economia, espera-se que não. Se um único boi for colocado nessa área devastada pelo fogo, não haverá mandrakaria do Ministro da Economia que possa evitar a fuga dos investidores internacionais e o prejuízo das exportações de produtos brasileiros. Não duvidem disso. A tragédia econômica está diretamente atrelada à tragédia ambiental.
Aliás, quem não se importa com a vida humana diante da Covid, iria se importar com a vida da floresta? Triste país, agora com o seu céu e solo cobertos também de cinzas!!!
(Mariasun Montañés)
