Terraplanismo.
Golpismo. Genocídio. Imunização de Rebanho. Racismo. Xenofobia. Misoginia.
Rachadinha. Bolsolão. Tratoraço. Centrão. Gabinete do Ódio. Ataques às
Instituições, à imprensa e à Democracia. Fake News. Militarização. Cinismo.
Mentiras. Essa é a história contada por Jair Bolsonaro em dois anos e meio de
governo.
Seu
legado?
O
pior possível: 542 mil mortos pela Covid-19. Corte de gastos com a Saúde em R$
36 bilhões. Aumento de R$ 7 bilhões no soldo dos militares. Demonização da
Ciência, da vacinação e das medidas preventivas contra a pandemia. Promoção
de falsos medicamentos para tratamento precoce da Covid-19. Escândalos na
compra de vacinas. 15 milhões de desempregados. Fome. Inflação. Aumento
da gasolina. Aumento da cesta básica. Aumento do gás. Aumento da energia
elétrica. Mais de 8 mil quilômetros quadrados de desmatamento em
2020. Contrabando de madeira nobre da Amazônia. Incêndios criminosos na
Amazônia, Pantanal e Cerrado. Povos e terras indígenas ameaçados. Desmonte dos
principais órgãos de fiscalização: Inpe, Funai, Ibama. Aparelhamento da Procuradoria Geral da República, Coaf, Abin, Polícia Federal. Compra de
deputados e senadores. Crise energética. Orçamento Secreto...
Ufaaaa...
a lista é longa...
Jair
Bolsonaro, aquele que se elegeu em nome da probidade administrativa, combate à
corrupção e enxugamento da máquina do Estado, ao longo dos meses foi se
revelando uma grande farsa. Seu governo não passa de um circo de horrores, tanto
no trato da pandemia como no que se refere às relações exteriores.
Conseguiu
a proeza de em pouco mais de 24 meses isolar o país do resto do mundo e de
corroê-lo internamente com a sua virulência, inimigos imaginários, visão torpe e
incompetência para governar. O Brasil retrocedeu décadas.
Os
bastidores revelados pela CPI da pandemia são de causar calafrios.
Enquanto
os brasileiros morriam aos milhares, perdia-se um tempo precioso propagando a
cloroquina como tratamento precoce. A venda do kit, incluindo a ivermectina,
passou de 5,7 milhões de caixas em 2019 para 75,8 milhões em 2020. 1.230%
de aumento. O lucro das farmacêuticas foi de bilhões de reais! Há de se destacar que essa
porcentagem representa aqueles que compraram o falso medicamento, acreditando
que ele os protegeria da contaminação. Quantos se contaminaram ou sofreram os efeitos colaterais do uso desmedido da cloroquina?
Mas,
não parou aí!
Logo
o governo vislumbrou o potencial lucrativo do comércio de vacinas.
Lobistas e vendedores informais, como um cabo da polícia militar de Minas Gerais e um reverendo, entraram em cena. O religioso, por sinal, recebeu autorização do diretor do Departamento de Imunização para negociar vacinas em nome do governo. Como se pode ver qualificação profissional nem sempre é tudo.
Ao tempo em que o Ministério da Saúde relegava a quinto plano e ignorava a Pfizer, a FioCruz e
o Instituto Butantan, fazia tratativas com farmacêuticas e empresas como a Davati e a Precisa que, sem o aval dos
fabricantes, ofereciam a venda bilionária de milhões de doses da Sputnik,
Covaxin, Janssen, Convidecia e, pasmem, da Astrazeneca e CoronaVac, produzidas
no Brasil.
A
participação de autoridades brasileiras e de militares nessas negociações está
registrada em depoimentos e mensagens de celulares apreendidos pela CPI. O número dois da
pasta da Saúde, coronel do Exército Élcio Franco, sob o comando do general
Eduardo Pazuello, é presença constante nas investigações, assim como, Ricardo
Barros, líder do governo na Câmara.
Aliás,
Ricardo Barros estaria ligado à farmacêutica Belcher, que participa da compra
da Convidecia, a vacina mais cara do país. Um negócio de mais de R$ 5 bilhões.
Quanto
à Covaxin, apesar dos erros grosseiros e primários nos documentos oficiais de
venda, como os invoices; da não comprovação da existência dos milhões de
doses oferecidas pela Precisa; e, da não aprovação da vacina pela Anvisa, as
negociações avançaram, condicionando a compra a um sobrepeso, que seria
repassado aos envolvidos na negociação a título de “comissionamento”, nome mais
palatável para propina.
No
caso da Astrazeneca o "comissionamento" solicitado pelo diretor de logística da Saúde à Davati era de US$ 1 por dose, o que na compra de 200 milhões de doses, representaria a
nada modesta cifra de R$ 1 bilhão. Nesse caso, a vida dos brasileiros passou a valer um dólar no
balcão dos negócios.
Estava
oficializado o rachadão da vacina, que só não avançou em razão das denúncias diante de tantas irregularidades e crimes.
Entre
ganância, blefes e delações, o fato é que o país já estaria vacinado, se em
2020 os e-mails da Pfizer não tivessem sido ignorados e a Fundação Oswaldo Cruz e o
Instituto Butantan tivessem recebido o apoio do governo federal desde o início.
A pandemia ganhou contornos de tragédia no Brasil, quando a compra das
vacinas da Pfizer, Astrazeneca, CoronaVac foi adiada para favorecer a compra
de vacinas-fantasma superfaturadas, o que resultou na morte de milhares de
brasileiros e no luto de milhares de famílias. Nunca se tratou de negacionismo,
mas de negocionismo. A vida dos brasileiros foi barganhada de maneira espúria e
indecente pelo governo federal, Ministros de Estado, líder do governo na
Câmara e militares de várias patentes.
É
vergonhoso!!!
Jair Bolsonaro tem o mérito de impor o pior cenário político desde a
redemocratização: incompetência para gerenciar as questões de Estado, corrupção
militarizada e genocídio como resposta à pandemia.
Não por acaso está derretendo nas pesquisas de opinião.
(Mariasun Montañés)
