domingo, 18 de julho de 2021

 




O GOVERNO DO CAOS E DA MALANDRAGEM

 

Terraplanismo. Golpismo. Genocídio. Imunização de Rebanho. Racismo. Xenofobia. Misoginia. Rachadinha. Bolsolão. Tratoraço. Centrão. Gabinete do Ódio. Ataques às Instituições, à imprensa e à Democracia. Fake News. Militarização. Cinismo. Mentiras. Essa é a história contada por Jair Bolsonaro em dois anos e meio de governo.

Seu legado? 

O pior possível: 542 mil mortos pela Covid-19. Corte de gastos com a Saúde em R$ 36 bilhões. Aumento de R$ 7 bilhões no soldo dos militares. Demonização da Ciência, da vacinação e das medidas preventivas contra a pandemia. Promoção de falsos medicamentos para tratamento precoce da Covid-19. Escândalos na compra de vacinas. 15 milhões de desempregados. Fome. Inflação. Aumento da gasolina. Aumento da cesta básica. Aumento do gás. Aumento da energia elétrica. Mais de 8 mil quilômetros quadrados de desmatamento em 2020. Contrabando de madeira nobre da Amazônia. Incêndios criminosos na Amazônia, Pantanal e Cerrado. Povos e terras indígenas ameaçados. Desmonte dos principais órgãos de fiscalização: Inpe, Funai, Ibama. Aparelhamento da Procuradoria Geral da República, Coaf, Abin, Polícia Federal. Compra de deputados e senadores. Crise energética. Orçamento Secreto...

Ufaaaa... a lista é longa...

Jair Bolsonaro, aquele que se elegeu em nome da probidade administrativa, combate à corrupção e enxugamento da máquina do Estado, ao longo dos meses foi se revelando uma grande farsa. Seu governo não passa de um circo de horrores, tanto no trato da pandemia como no que se refere às relações exteriores.

Conseguiu a proeza de em pouco mais de 24 meses isolar o país do resto do mundo e de corroê-lo internamente com a sua virulência, inimigos imaginários, visão torpe e incompetência para governar. O Brasil retrocedeu décadas.

Os bastidores revelados pela CPI da pandemia são de causar calafrios.

Enquanto os brasileiros morriam aos milhares, perdia-se um tempo precioso propagando a cloroquina como tratamento precoce. A venda do kit, incluindo a ivermectina, passou de 5,7 milhões de caixas em 2019 para 75,8 milhões em 2020. 1.230% de aumento. O lucro das farmacêuticas foi de bilhões de reais! Há de se destacar que essa porcentagem representa aqueles que compraram o falso medicamento, acreditando que ele os protegeria da contaminação. Quantos se contaminaram ou sofreram os efeitos colaterais do uso desmedido da cloroquina?

Mas, não parou aí!

Logo o governo vislumbrou o potencial lucrativo do comércio de vacinas.

Lobistas e vendedores informais, como um cabo da polícia militar de Minas Gerais e um reverendo, entraram em cena. O religioso, por sinal, recebeu autorização do diretor do Departamento de Imunização para negociar vacinas em nome do governo. Como se pode ver qualificação profissional nem sempre é tudo.

Ao tempo em que o Ministério da Saúde relegava a quinto plano e ignorava a Pfizer, a FioCruz e o Instituto Butantan, fazia tratativas com farmacêuticas e empresas como a Davati e a Precisa que, sem o aval dos fabricantes, ofereciam a venda bilionária de milhões de doses da Sputnik, Covaxin, Janssen, Convidecia e, pasmem, da Astrazeneca e CoronaVac, produzidas no Brasil.

A participação de autoridades brasileiras e de militares nessas negociações está registrada em depoimentos e mensagens de celulares apreendidos pela CPI. O número dois da pasta da Saúde, coronel do Exército Élcio Franco, sob o comando do general Eduardo Pazuello, é presença constante nas investigações, assim como, Ricardo Barros, líder do governo na Câmara.

Aliás, Ricardo Barros estaria ligado à farmacêutica Belcher, que participa da compra da Convidecia, a vacina mais cara do país. Um negócio de mais de R$ 5 bilhões.

Quanto à Covaxin, apesar dos erros grosseiros e primários  nos documentos oficiais de venda, como os invoices; da não comprovação da existência dos milhões de doses oferecidas pela Precisa; e, da não aprovação da vacina pela Anvisa, as negociações avançaram, condicionando a compra a um sobrepeso, que seria repassado aos envolvidos na negociação a título de “comissionamento”, nome mais palatável para propina.

No caso da Astrazeneca o "comissionamento" solicitado pelo diretor de logística da Saúde à Davati era de US$ 1 por dose, o que na compra de 200 milhões de doses, representaria a nada modesta cifra de R$ 1 bilhão. Nesse caso, a vida dos brasileiros passou a valer um dólar no balcão dos negócios.

Estava oficializado o rachadão da vacina, que só não avançou em razão das denúncias diante de tantas irregularidades e crimes.

Entre ganância, blefes e delações, o fato é que o país já estaria vacinado, se em 2020 os e-mails da Pfizer não tivessem sido ignorados e a Fundação Oswaldo Cruz e o Instituto Butantan tivessem recebido o apoio do governo federal desde o início.

A pandemia ganhou contornos de tragédia no Brasil, quando a compra das vacinas da Pfizer, Astrazeneca, CoronaVac foi adiada para favorecer a compra de vacinas-fantasma superfaturadas, o que resultou na morte de milhares de brasileiros e no luto de milhares de famílias. Nunca se tratou de negacionismo, mas de negocionismo. A vida dos brasileiros foi barganhada de maneira espúria e indecente pelo governo federal, Ministros de Estado, líder do governo na Câmara e militares de várias patentes.

É vergonhoso!!!

Jair Bolsonaro tem o mérito de impor o pior cenário político desde a redemocratização: incompetência para gerenciar as questões de Estado, corrupção militarizada e genocídio como resposta à pandemia.

Não por acaso está derretendo nas pesquisas de opinião.

(Mariasun Montañés)



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