DUPLA IDENTIDADE - EPISÓDIO 8
ESTOU ACIMA DO BEM E DO MAL
O cerco parece estar se fechando em torno do Edu (Bruno Gagliasso). Ray
(Débora Falabella), a namorada emocionalmente instável, no auge de uma crise e em surto, ante a sensação de rejeição e abandono, decide denunciá-lo à policia. Foi nessa hora que o pessoal do sofá deu um pulo e quase
aplaudiu a moçoila em pé! Teria ela saído do estado de torpor?
- Ele tem um gesso em casa. Não tem nada quebrado e tem um gesso,
insiste em dizer. - Qual é o seu nome?, pergunta Vera (Luana Piovani). - Não quero que meu
nome saia... e repentinamente para de falar. - Alô, fala comigo... Edu chega e se aproxima de Vera. Ele, solícito como sempre, lhe diz: - Se precisar de mim é só chamar. Sei, mal sabe ele o
que se passa na cabeça da Vera nesse exato momento!
Enquanto isso, Ray totalmente perturbada e descontrolada, chora em casa
e começa a se automutilar, machucando os braços com um garfo. Que dó, como ela pode ser tão descompensada! Ao vê-la
naquele estado, a amiga consternada aconselha: - Não faz mais isso com você.
Isso tem tratamento. Você tem uma filha (vai tentar por juízo pra quem oito ou oitenta, é sempre oitenta).
O delegado Dias, também não começa o seu dia nada bem. É recebido pela mulher
com um: - Onde você passou a noite? Eu fui até a delegacia em plena madrugada. Uhauhau...
esse é o radar da mulher quando o marido tem outra. E ainda constatou
o que já sabia: - Quer dizer que o delegado Dias não volta hoje? Essa é melhor investigadora que o marido! - Você sabe que eu não trabalho sentado numa mesa (foi a
melhor coisa que ele conseguiu dizer para justificar o injustificável). - Sei, Operação
Vera (na lata!). - Eu não mandei buscar a Vera. Você casou com um policial,
parece que está esquecendo disso (ele tentando virar o jogo, fazendo a mulher
se sentir culpada, ahamm...). E
estrategicamente bate em retirada para a delegacia.
Sem perder tempo, Vera conta ao Dias que recebeu uma denuncia sobre o
assassino. - Envolve uma pessoa daqui de dentro. Joguei uma isca e ele mordeu.
Apesar de duvidar mais uma vez da intuição de Vera, o delegado pede a um dos
agentes que investigue o Edu e manda trazer uma testemunha para depor.
Vera começa a ligar os fios: no caso da noiva o Edu estava fazendo o
retrato falado do suposto assaltante. A partir daí o padrão foi quebrado: ele
deslocou o corpo do lugar do crime. Também tem a sua digital no isqueiro, a
mensagem criptografada...
A testemunha chega à delegacia. - Quem é essa garota?, intrigado Edu pergunta a
Vera. - Não vi não, ela mente, sem saber que o predador a olha e fantasia, como se ela fosse mais uma de suas vítimas. Aiaiai, a Vera que se cuide!
Dias mostra a foto de Edu à testemunha. - É ele? Vera critica a atuação
do delegado: - Você acabou de induzir a garota; trouxe ela aqui pra ver se ela
reconhecia o Edu. - Isso se você estiver certa. Acho inconsistente essa
denúncia. Você é muito precipitada. São mulheres entregando por vingança seus namorados,
maridos, seus chefes... Ahammm... vai nessa!
Na verdade o Dias está é com medo
de bater de frente com o senador Otto, levantando suspeitas sobre o pupilo do outro, e ver seu plano de ser Secretário da
Segurança cair por terra. O que ele faria se soubesse que o Edu anda de
conversinha com a sua filha, hein?
E em mais um vai e vem, o
inacreditável Edu aparece na casa da Ray. - Me esquece! - Eu quero falar com você.
- Me esquece! - Vou ficar aqui até você abrir. - Dane-se! É aí que a gente começa
a torcer pra ela ser forte e não cair na conversa fiada dele, mas.... ela oscila, e extremamente insegura, fica nessas de abre não abre a porta. Até
que... abre.
Já no corredor, desabafa: - Não quero te ver nunca mais. Perdi meu
emprego por sua causa. Fiz o jantar que você pediu. Por que você foi inventar
essa história de noivado? Fiquei te esperando a noite toda. E ao invés de dar
meia volta e deixá-lo falando sozinho, comete o erro de ouvir a desculpa esfarrapada dele: - Minha mãe
teve overdose. Estava falando com o hospital. Eu nunca tive mãe. Tive que pegar dinheiro emprestado no
escritório. A minha mãe é uma drogada Ray. Eu nunca tive o carinho de mãe. Vim
pro Rio pra fugir da decadência da minha casa. Você não vê que eu travo ao
falar de família? Nunca tive uma, não sei o que é isso. Quanto drama!!!!
- Não me abandona
Ray, você é a única pessoa que eu amo de verdade. - Eu te perdoo Edu. Nãaaaoooo!!!
Como é que ela pode se deixar enganar tão facilmente??? O sujeito desaparece
sem dar a menor satisfação, ela tem um colapso nervoso e... depois de virar um farrapo humano, volta pra ele???
Nem a amiga acredita. Diva o vê na casa da Ray. Deve ter pensado nessa
hora, o quanto ela é desequilibrada e despreparada. E ainda tem que ouvir o "mea culpa": - Eu
me precipitei. Ferrei com tudo. A mãe dele teve overdose. Já falei que ele fica
mal quando fala da família. Pior que eu denunciei ele pra policia. A policial
falou que ia ficar só entre gente. Você acha que ele vai ficar matando
menininha? Vou seguir meu coração. Ray, tua amiga acha que ele é capaz de matar
menininha sim e a gente tem certeza, guie-se mais pela cabeça do que pelo seu coração, antes que isso acabe mal pra você.
E nessa montanha-russa de emoções que ela vive, decide procurar a Vera para
voltar atrás. Affff... Ela é aquela pessoa que consegue dar um passo à
frente e dez pra trás.
- Era mentira. Tudo
o que eu falei pra você era mentira! A gente tinha brigado. O Edu não tem aquela
roupa que eu falei que ele tinha. Nem sei mais o que eu disse, mas era tudo
mentira, eu inventei tudo. O Edu nunca vai perdoar uma traição dessa, dispara ela
diante de Vera. Ray tenta fazer de tudo para convencer a policial a esquecer a
denúncia, que tenta em vão manter um diálogo com ela; até que Ray vai embora deixando atrás de si dúvidas e perguntas. Arre!!!!
Enquanto isso Edu corre, brinca com a pequena Larissa, mantém a forma e...
encanta a filha do Dias e a mulher do senador.
Passam-se quinze dias e o delegado conclui: - Tava na cara que a
namorada tava mentindo. A namorada do Edu é doidinha, destruiu o carro dele.
Ele presta assistência no GAV (Grupo de Apoio à Vida). Pra você ver que eu não
fico quieto. Vai vendo! Deveria ser é mais esperto, preocupar-se menos com o
senador Otto e competir menos com a Vera na vã tentativa de mostrar-se mais competente que ela. Isso tira
o focoooo!
Mas uma policial determinada, nunca desiste! Essa é das minhas! Vera acredita que a chave está
nas mensagens criptografas e vai atrás do pen drive que está na sala das
evidências. - Preciso levar, tirar umas dúvidas.
Nesse ínterim, Edu está investindo em sua carreira política com a mulher
do senador: - Você é sagaz (mal sabe ela quanto!). - E você é maravilhosa (mais
sedutor impossível!). - Você tem pouca idade para entender (tolinha!). - Nunca
me interessei por ninguém da minha idade. Sempre admirei mulheres com mais
experiência (vê só onde ele quer chegar!). - Só consigo falar da minha vida
pessoal com meu filho e agora com você. Eu fiz o Otto agora vou fazer você
(abre o olho senador!).
Como não poderia deixar de ser, a denúncia da Ray não caiu no esquecimento. Vera decide aprofundar a investigação e começa pelo GAV frequentado pelo Edu e uma das vítimas. Munida do
pen drive com a voz da pobre moça: - Essa voz é
a Ana, as voluntárias reconhecem. - Ela se matou? Vera explica que é a mulher
que foi encontrada morta e amarrada com cordas, vítima do assassino. - Era
ela? O Edu anotou o endereço dela! Touchê! O Edu de novo!
É... parece que o cerco está se fechando para o Edu. E é nessas horas que as coisas começam a fugir do controle e a desandar... Com mais uma vítima em seu poder, e com o carro em movimento, tenta
estrangulá-la. Apavorada, ágil e... sortuda, ela consegue pular do carro.
Desacorçoado, ele foge pra não ser pego com a mão na botija, não sem antes deixar de ser notado por uma blitz da policia. Começa a perseguição.
Encosta o carro, e, sem saída, pensa rápido: - Perdão é que estou com um parente
passando mal. - Documentos, pede impassível o policial. Sabe-se lá quantas vezes não
ouviu essa mesma desculpa. - Abre a mala. Tenso! - Só tem velharia que
juntei pra jogar fora. - Vamos resolver isso na delegacia. Uma coisa é certa: a
eficiência do policiamento de rua no Rio de Janeiro é admirável e invejável!
E agora? Haverá no carro algum vestígio comprometedor? Será o início do fim do serial killer?
E agora?!?
Shadow/Mariasun Montañés
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