O BRASIL PÓS DELAÇÃO DA JBS
Na semana passada disse que a
sensação era a de ver o Apocalipse se aproximando... nesta semana, sinto dizer,
ele chegou... Tudo sempre piora por aqui, neste instante não sei o que pode ser
pior que o Apocalipse... talvez o Inferno... Ao ritmo que as coisas caminham no
Brasil... chegaremos lá.
Não há dia ou semana que nos
aquiete. Vivemos aos sobressaltos, solavancos e espanto diante das notícias que
chegam de Brasília. Deve haver uma espécie de maldição por lá. Todos os que
chegam à Praça dos Três Poderes sofrem uma metamorfose assustadora, direcionando
o poder que detêm para a ganância, interesses pessoais, corrupção e luxúria. Se
há um inferno na terra, o endereço é a capital do país.
Os Três Poderes: Executivo,
Legislativo e Judiciário, com suas decisões e ações, por vezes, nos remetem aos
três cavaleiros do Apocalipse: guerra, fome e morte. Executivo, o cavaleiro
vermelho da guerra, o sangue do povo derramado no campo de batalha, em busca de
melhores condições de vida, saúde, educação, emprego. Legislativo, o cavaleiro
preto da fome, a escuridão dos conchavos obscuros feitos na calada da noite, relegando
o povo à penúria diante de acordos espúrios. Judiciário, o cavaleiro amarelo da
morte, o cadáver que se decompõe a cada omissão, decisão que tarda e por vezes
falha, que dá a palavra final e nem sempre aplica a lei de forma igual para
todos...
Opa!!! Mas os cavaleiros são
quatro!!!
Verdade. Há o cavaleiro branco, o
caos. Segundo as Escrituras, o mais seguido e não menos perigoso. Símbolo da
falsa inocência e da paz disfarçada. Este seria a Imprensa, que se alimenta das
trevas e do sensacionalismo irresponsável, para manter cativo o diabo e a audiência.
Conforme os acontecimentos se
sucedem e as investigações da Lava Jato avançam, mais se evidencia como foi que
chegamos à amarga estatística de 14 milhões de desempregados, à recessão, ao elevado custo de
vida, à falência dos serviços públicos, ao endividamento, à excessiva carga
tributária, às manifestações de rua, ao impeachment, à agonia crescente, ao
desamparo e... à desesperança.
À medida que nos aproximamos dos
Três Poderes da República, tudo se torna um conto de horror, uma tragédia,
revelando o lado obscuro e nefasto do poder. Somos protagonistas da nossa House
of Cards tupiniquim, que há muito tem mostrado um roteiro superior e mais
criativo que a série original. Não tem concorrência por aqui, não. Em matéria
de suspense e sordidez na política somos insuperáveis, viu Netflix!!!
Nesta semana, quarta-feira à
noite, o Plantão de Notícias da Rede Globo nos surpreendeu. Em tom grave a
jornalista relatava áudios que fariam a República ruir, nos quais o Presidente
Michel Temer estaria conspirando contra as investigações da Lava Jato,
comprando o silêncio de Eduardo Cunha por R$ 500 mil. Ele de novo: Eduardo
Cunha. Mesmo preso este homem continua sendo notícia, articulando favores,
recebendo propina, determinando os rumos do país. É um fenômeno!!!
Sem tardar, partidos de esquerda
protocolaram pedidos de impeachment contra o Presidente no STF. As redes
sociais implodiram pedindo a sua renúncia. E... o PT, CUT e afins, com suas
bandeiras cor de sangue, passaram a clamar por “diretas já”.
Foi possível sentir as chamas do
inferno ardendo...
Fui dormir na certeza de que a
noite entre um dia e o outro, sempre ajuda a clarear as coisas...
O dia seguinte começou trazendo a impressão de que algo não se encaixa.
O dia seguinte começou trazendo a impressão de que algo não se encaixa.
Estaremos diante de um Cavalo de
Tróia?
Penso que para entender uma crise
como a que se instalou no país, deve-se ir além dos áudios e analisar os
agentes e forças que a deflagraram e o que cada um tem a ganhar com a queda do Presidente.
Afinal, quem é o delator?
Joesley
Batista e seu irmão Wesley, são donos da JBS Friboi, que recentemente foi alvo
da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, e estão sendo investigados em mais
quatro Operações, anote aí para não se perder: a Sépsis, Greenfield, Cui Bono
e mais recentemente, a Bullish. Ou seja, os “Reis da Carne”, tem muitas
explicações a dar à Justiça. As investigações vão do pagamento de propina para
a liberação de recursos do fundo de investimentos do FGTS a fraudes em fundos
de pensão e irregularidades na produção e comercialização de carnes. Além da
sonegação de impostos. A JBS é a segunda maior devedora da Previdência Social,
com uma dívida de mais de R$ 2 bilhões.
Ao ver a sua batata assar como a
do Marcelo Odebrecht, Joesley viu que não escaparia de pagar uma multa
bilionária e, o pior, da prisão. Matreiro, antecipou-se e decidiu oferecer sua
delação à Procuradoria Geral da República, desde que ele e seu irmão fossem
perdoados de todos os crimes que cometeram. É aí que a gente começa a entender
o samba: malandro é malandro, e mané é mané...
Até duas
décadas atrás os irmãos Batista eram dois açougueiros de Goiás, cuidando dos
açougues que o pai lhes deixou. Não chegaram a concluir o Ensino Médio, mas
souberam se cercar de gente influente. Fazem parte daquele grupo de falsos
“campeões nacionais” fabricados na era lulopetista, a exemplo do GrupoX de
Eike Batista, para quem o caixa do BNDES estava aberto e escancarado. Tornaram-se grandes ao usar o dinheiro do Banco de Fomento para comprar
concorrentes. Assim é que, enquanto o pequeno criador, microempresário,
agricultor encontrava toda sorte de obstáculos, exigências e dificuldades para
conseguir um mísero empréstimo que seria investido no seu humilde negócio, o BNDES
investia R$ 8 bilhões em um só ano no conglomerado JBS Friboi, para destruir a
concorrência. Com que objetivo? Patrocinar políticos, investir no mercado de
ações e engolir pequenos e médios açougues e frigoríficos, monopolizando o
setor de alimentos e hipervalorizando suas ações na Bolsa. Nos bastidores,
sempre se comentou que os irmãos Batista seriam apenas testas de ferro da
família da Silva, cujos sócios ocultos seriam Luis Inácio Lula da Silva e seus
filhos. Os Batista não passariam, portanto, de dois laranjas. Se é verdade ou
lenda urbana, creio que jamais saberemos. Mas, uma coisa é certa: os irmãos
Batista sempre foram unha e carne com o Lula, tendo enriquecido e se tornado
bilionários durante o seu Governo de forma nada ortodoxa.
Eles
teriam capacidade para tornar a JBS “campeã nacional”?
Como já dito, tiveram a ajuda de
pessoas influentes, uma delas foi a de Henrique Meirelles, atual Ministro da
Fazenda. Não à toa foi poupado e tenha sido praticamente canonizado na delação
de Joesley. Meirelles foi Presidente do Banco Original do grupo JBS por onde
passava o dinheiro do BNDES. Tinha carta branca para agir e foi o responsável
pela organização e crescimento do conglomerado, e quem abriu o mercado
internacional ao grupo. Hoje a JBS possui 50 frigoríficos nos Estados Unidos.
A pergunta é por que Meirelles,
ex-Presidente do Banco Central e ex-Presidente Mundial do Bank Boston aceitou o
convite de Joesley, sendo que seu passe na época vinha sendo disputado por
grandes bancos e fundos de investimento.
Parece óbvio que não tenha sido apenas para melhorar a competitividade
da empresa. Comenta-se, inclusive, que ele seja um dos sócios do conglomerado
JBS Friboi.
Seguindo
em frente...
O conteúdo
da delação incrimina o Presidente Michel Temer?
Sob o ponto de vista político, o
Governo Temer foi atingido de morte. A Procuradoria Geral da República abriu um
inquérito por corrupção, obstrução e formação de organização criminosa contra o
Presidente da República com base no áudio. Isso é gravíssimo, engessa o
Governo e paralisa o país.
Sob o ponto de vista jurídico, o
material apresentado não tem força para condená-lo, nem para afastá-lo da
Presidência. O áudio que incriminaria Michel Temer não é uma prova lícita nem
válida. Primeiro, porque quando foi feito, não havia uma ordem judicial. A ação
controlada autorizada pelo Judiciário se deu a posteriori. Portanto, o áudio
foi colhido ilicitamente. Segundo, porque conforme matéria amplamente divulgada
pela imprensa, peritos judiciais atestam que o áudio é de baixa qualidade e
apresenta vários cortes, o que leva a supor possa ter sido editado. Se isso se
comprovar, a prova é imprestável, por apresentar vícios. A mera suspeita de ter
havido edição no áudio, lhe tira a validade.
A Procuradoria Geral da República
já admitiu não haver periciado o material. Aiaiaiai... esqueceu o Sr. Rodrigo
Janot que quando se negocia com malandro, todo cuidado é pouco... Aliás, o notável
Procurador se esqueceu de outras coisas também, como gravações de telefonemas
que ele rejeitou e de inquéritos que ele não abriu num passado bem recente.
Até agora, o que
incrimina Michel Temer, é haver recebido um bandido no Palácio do Jaburu à
noite e fora da agenda ou de qualquer protocolo. Errou feio e está pagando por
isso.
Nossos representantes e agentes
públicos têm que aprender a separar a coisa pública da privada.
É comum ver pessoas públicas confraternizando com empresários até no exterior. Não dá para manter intimidade e camaradagem com quem
amanhã estará pedindo favores, isenção de impostos, vantagens comerciais, privilégios em procedimentos licitatórios, contratação em obras públicas... Lembremos que o Ministro Teori Zavaski
quando faleceu estava no jatinho do dono do Hotel Emiliano, iam passar o final
de semana em Paraty. Este era réu em uma ação no STF. É assim que começam as
trocas de favores nada republicanas, que evoluem para decisões e leis em causa
própria ou de amigos.
Quem se
beneficia com a delação de Joesley?
A nossa
Constituição sabiamente fala em eleições indiretas no caso da destituição de
Michel Temer neste momento. É sabido que em períodos de grande
conturbação e instabilidade política, o que salva um país é a Lei Maior. No
entanto, partidos políticos querem rasgá-la. É preciso se perguntar: a troco de
quê?
Uma PEC que estabelece "diretas já", de autoria do deputado Miro Teixeira, será apreciada pela Comissão de Constituição e Justiça, na
próxima terça-feira, dia 23. Por que a pressa? Qual a necessidade neste momento crítico?
É aqui
que o Cavalo de Tróia se materializa.
Nele está
Luís Inácio Lula da Silva, o maior beneficiado com a queda do Temer, unha e
carne com Joesley Batista. Não por acaso a esquerda em coro, quer “diretas já”.
Não poderia haver nada mais nefasto por ora.
Uma
eleição de afogadilho pode alçar novamente ao poder o chefe da organização
criminosa, que se ressente de estar perdendo força e acesso ao dinheiro que
jorrava das estatais e dos cofres públicos, e de quebra, livrá-lo da
condenação quase certeira do Juiz Sergio Moro. Atente-se que uma eleição hoje
ainda não contará com o voto impresso, como se pretende para 2018, ficando à
mercê da vulnerabilidade das urnas eletrônicas, que não permitem auditoria.
E tem
mais. Feito isso, escrevam: as eleições de 2018 serão canceladas. Já há um
movimento para se unificar com as de Prefeito e Vereadores, prorrogando o pleito
para 2020. Este sim será um golpe contra a República com a consolidação do Foro
São Paulo.
Portanto,
a mobilização é por DIRETAS NÃO!!! Respeite-se a Constituição!!!
Por
que a Rede Globo divulgou com exclusividade os áudios e apoia as “diretas já”?
Com o advento da TV a Cabo,
internet, Netflix, Redes Sociais, a Rede Globo foi acumulando prejuízos, queda
de audiência e perda de anunciantes.
Vale lembrar que a JBS Friboi é a
sua terceira maior anunciante, contando inclusive com a prata da casa na
divulgação de seus produtos, como Toni Ramos, Ana Maria Braga e Fátima Bernardes. A emissora de
Jacarepaguá depende da JBS para manter a sua programação no ar. Por ocasião da
Operação Carne Fraca, a JBS amargou prejuízos, o que também refletiu na
emissora. Não foi por outro motivo que em seus telejornais, não poupou críticas
veladas e minimizou o problema para desacreditar a Operação da Polícia Federal.
Até onde se sabe, a Globo hoje é
uma empresa deficitária, com altos custos e dívidas bilionárias em impostos. Em
vários círculos corre a narrativa de que será vendida. Tudo sinaliza para
isso: paralisou os investimentos, distribuiu dividendos aos seus acionistas e
está saneando o quadro de funcionários. Mas, ela precisa que a lei mude. A lei
atual proíbe que empresas de telecomunicação sejam vendidas a grupos estrangeiros,
os únicos com cacife e capacidade econômica para comprar uma emissora do porte
da Rede Globo.
Ao contribuir para derrubar
Michel Temer por meio de uma propaganda subliminar odienta e raivosa, como já
fez com Fernando Collor de Mello, cria-se uma possível linha de negociação e
coalizão política com o grupo que assumir o poder, para inclusive a mudança da lei. Afinal,
tudo é uma via de duas mãos na política. Estamos cansados de ver isso.
Quem lucrou até aqui com a delação?
Aquele
que tirou a sorte grande ao incendiar o país foi Joesley Batista. Além da
anistia ampla geral e irrestrita por todos os seus crimes, enriqueceu mais ainda
com a delação. Um dia antes da divulgação comprou no mercado de câmbio um
bilhão de dólares e negociou na Bolsa de Valores as ações de sua empresa,
sabedor que no dia seguinte, o dólar subiria e as ações despencariam; em questão
de horas fez a operação inversa, faturando assim bilhões no mercado mobiliário,
muito mais que a reles multa de R$ 225 milhões, aplicada a ele pelo generoso
Rodrigo Janot.
Já quanto
à multa de R$ 11 bilhões (valor que equivale a 5,8% do que o grupo faturou em
2016, dinheiro do BNDES, diga-se), arbitrada pelo MPF para fechar o acordo de
leniência com a JBS Friboi, não foi aceita, tendo sido oferecido pelo grupo R$
1 bilhão. Do jeito que a coisa caminha, pode ser que ele acabe pagando o
equivalente a um cafezinho, enquanto desfruta da liberdade, sem qualquer
culpa ou remorso, e das comodidades de um luxuoso apartamento na 5th Avenue,
em Nova Iorque. Apartamento adquirido com o dinheiro do povo brasileiro.
Vê-se, portanto, que a
Procuradoria Geral da República inovou ao criar um novo benefício aos delatores:
o crime premiado!!! Fique claro que Joesley e seu irmão são cúmplices pelo
maior assalto aos cofres do BNDES e Fundos de Pensão na história deste país.
Outro que lucra é Luís Inácio
Lula da Silva, uma vez que, a delação de Joesley com a queda de Michel Temer, equivocadamente
nivela o PT a todos os demais partidos, como se o nível de responsabilidade
pela ruína de um gigante como o Brasil fosse a mesma. NÃO É!!!
Embora a roubalheira e a corrupção,
com malas de dinheiro indo de lá pra cá de cá pra lá, sejam “sistêmicas” e hoje façam parte do jogo político e do funcionamento das instituições no Brasil, é preciso
não perder de vista quem era o comandante máximo da corrupção, responsável
direto pela derrama e lavagem de dinheiro, inclusive a outros países da América
Latina e África.
A roubalheira no Brasil é parte
de um quadro muito maior. O esquema de propinocracia visa manter os demais
partidos quietos e satisfeitos, enquanto o Foro São Paulo avança e um projeto
criminoso bolivariano de poder é implantado, tal qual em Cuba e na Venezuela.
Um esquema de corrupção desenvolvido para ter o controle das instituições
corrompidas, perpetuando o PT e as esquerdas no poder por meio da promoção da escola com partido, destruição da cultura e da família, desprezo à religião e valores religiosos, integração dos Países da América Latina com repúdio aos Estados Unidos e
Europa, centralização e enriquecimento ilícito.
É isso
que está em jogo neste momento crítico. Chegaremos ao inferno?!?
Nada a temer senão o correr da luta
Nada a fazer senão esquecer o medo
Abrir o peito a força, numa procura
Fugir as armadilhas da mata escura...
Shadow/Mariasun Montañés
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