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O AMANHECER DA ALMA - PARTE 1
Quis o vento
presentear-me com lembranças adormecidas... quis
o vento sussurrar-me palavras... quis o vento abraçar-me... mas você não estava lá... (Mariasun Montañés)
Alma... Ela vagava livre, leve como a brisa suave.
Possuía o que qualquer criança devoradora de histórias costuma ter: sonhos, anseios, devaneios, ilusões. Até
que nasceu para ela o magno dia de entrelaçar-se, roçar, em outra alma que lhe era
semelhante em essência. Era o início do seu amanhecer.
Transformou-se em luz, uma aura de esperança passou a brilhar. Não andava, nadava num mar azul e sereno, as
ondas a levavam e traziam, num vai e vem constante, que a brisa do mar tocava assim como um beijo em noite de luar.
Não era a aparência física, era a semelhança e transparência de almas. É como se fosse possível falar além das palavras, entender a tristeza, a alegria e o desejo nelas encapsulados, mesmo estando distantes,
cada uma em diferentes lugares. Havia uma compreensão e ao mesmo tempo um vazio,
tristeza por não terem se encontrado antes.
Era o sentir do calor resplandecente do amanhecer que renova, aquece e acolhe... E quanto ao tempo?
O tempo era indefinido, mas o caminho era esse.
Como
sabê-lo? Quando almas afins se encontram e se tocam, ao anoitecer a lua quase
sempre traz a saudade uma da outra, em um processo contínuo de reaproximação.
Enquanto isso, desejam coisas como caminhar juntas por uma estrada cercada de árvores frondosas, navegar por uma mar calmo e profundo, voar ao lado das gaivotas rumo ao horizonte, ver a noite estrelada chegar, o dia amanhecer por trás da montanha... uma vez... e mais outra... Porém, esses encontros atemporais, via de regra, acontecem deslocados no tempo e espaço, em momentos onde dificilmente será possível extravasar toda a plenitude do amor que carregam dentro de si, toda a alegria de amar, toda a emoção contida nessa espera...
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Como compreeder o tempo? O tempo do infinito, não do relógio. Almas que estão predestinadas uma para a outra ficam marcadas e ainda que não possam ou estejam impedidas de voar com as gaivotas para sempre, jamais conseguirão se separar. Súbita e inesperadamente
acabarão novamente se encontrando em algum outro tempo e lugar.
O tempo não consegue apagar o que está impresso em suas digitais, na sua aura, no seu DNA astral. É por
isso que se diz, que quando duas almas afins, gêmeas, idênticas, se encontram, mesmo que estejam
separadas, nunca se sentirão só, porquanto terão sempre uma à outra por
toda a eternidade... Amanhecerão sempre uma para a outra...